31.12.11

As minhas Festas Felizes

Saúde ( que me perdoei o autor)
.A Macacada em Portugal
tirem as ilações que quiserem e até 2012

12.12.11

NATAL DE 2011


Estamos em plenas Festas Natalícias e o vinte e cinco de Dezembro aproxima-se a toda a velocidade. O tempo corre como nunca. O Povo vive assustado, e as forças vão-lhe faltando para poder ultrapassar a crise que lhe foge por entre os dedos, olhando o infinito sem esperança de na sua existência ter uma vida melhor, coisa prometida durante anos e anos, por aqueles que servindo-se da nossa ingenuidade encheram até mais não, os bolsos, os sacos e as arcas. A sua grande maioria está identificada, mas as leis que eles próprios ciraram dá-lhes oportunidade de saírem do País, viverem luxuosamente em Paris ou Cabo Verde, enquanto outros fazem requerimentos por tudo e por nada de forma a arrastar os processos por tempo indefinido até à sua prescrição.
Mas...na noite mágica, o Pai Natal coloca uma prendinha nos sapatinhos. Uma prendinha mais cara ou mais barata como sempre o tem feito, para satisfazer desejos das crianças, que rejubilarão de alegria, dando gargalhadas de orelha a orelha, oferecendo assim o seu contributo de gratidão aos seus progenitores e familiares.
Está de moda fazer colecção de Presépios, e há quem os tenha feitos de chumbo, de madeira, casquinha ou barro, prata e mesmo de ouro.
Também sou um desses coleccionadores, e tenho por isso muito orgulho em vos dedicar este feito de "cebolas", a demonstrar as dificuldades financeiras por que passamos, e ao mesmo tempo poderem apreciar a originalidade da sua execução.
Que tenham o melhor Natal da vossa vida, que o gozem em Paz, Sossego e acima de tudo com AMOR. Com um abraço do tamanho do MUNDO, aqui vos deixo os meus votos.

5.12.11

Assim vai a Europa Unida


acabo de saber a noticia que o Primeiro Ministro Italiano, abdica de receber o seu salário.

Por cá, só três Ministro abdicaram de receber subsídio de deslocação.

Na Itália, a senhora Ministra do Trabalho, chorou em plena sessão televisiva quando anunciava cortes nas pensões dos reformados.

Por cá, já vimos um Senhor Primeiro Ministro, limpar as lágrimas, só porque não lhe aprovaram o Pec 4

Por cá a Senhora Presidente da Assembleia da Republica é Reformada.

??? Com que idade? Que importa, as pessoas cansam-se e o cansaço não escolhe idades.

Na qualidade de reformado e em meu nome pessoal, quero agradecer e dizer ao Governo de Portugal, que me sinto eternamente reconhecido, pelo facto de o corte do subsídio de Natal, não abranger quem receba um valor inferior a 600 € de reforma.
Assim, nesta quadra Natalícia, os vendedores de Perus não terão mãos a medir. Também a Galp- Gás e a EDP, enviaram uma nota, indicando quem são os pobre que se podem candidatar à "bonança" de descontos na suas facturas. Os Beneficiários, segundo as minhas contas, são os indigentes.
Como já não tem luz, nem gás, acabam por poupar também a taxa de TV e Rádio.
São e somos todos uns sortudos.

27.11.11

26 Novembro 2011 - Convívio

A Visita às Adega

Periquita, a razão da existência de José Maria da Fonseca


Torna Viagem

O expoente máximo do Moscatel, numa prelecção da nossa Guia




A Porta do Cofre Forte, onde se guardam as maiores preciosidades


O Repasto





22.11.11

" PRENDA DE NAVIDAD"


Uma valente gripe, deitou-me abaixo. Há tantos anos que leio e oiço dizer que todos e especialmente os mais idosos devem apanhar a vacina contra ela. Como não me considero idoso, por vaidade ou "casmorrice", ou julgando-me a coberto de um Deus protector, achava que ela a "malvada" não me atacava. Cheguei ao ponto de troçar dela, dentro da minha própria casa, dado um dos meus filhos ter caído vários dias de cama e a minha cara metade, mesmo vacinada estar bastante mal com o seu ataque. Assim, tanto sorri, tanto a achincalhei, que a "fulana" num acesso de raiva, apanhando-me distraído, entrou-me garganta abaixo com toda a sua fúria, e, confesso, venceu-me logo ao primeiro "rond". No futuro, sempre que veja aproximar-se o fim de Setembro, nem precisarei que alguém me lembre da existência da ampola que foi criada para dominar esta "maldita".
Não é que me faltem as histórias, as aventuras, acasos, coisas engraçadas e curiosas que fazem as alegrias da minha vida, mas esta estava longe do meu pensamento e por achar um encanto este "negócio", venho partilhar convosco com a certeza que também nem sequer ouviram falar dele.
Começa a aventura em "O Grove", aquela terra de mariscadores gallegos, mãe da ilha de "A Toxa", onde na sua Capela das Conchinhas" casou Mariano Rajoy, futuro Presidente dos Ministros de Espanha, segundo os resultados eleitorais do passado Domingo.
Pelas 2 horas da tarde, batem-me à porta no meu burgo de Azeitão. Sozinho em casa, recolhido, encolhido e tiritando, salto da cama, aconcheguei a roupa ao corpo e pela janela, vejo um carro distribuidor de encomendas, com motorista a retirar uma caixa de cartão para me entregar. Coisa raro, não esperava ninguém, nem tão pouco esperava qualquer objecto. Mas era mesmo o meu nome que constava na etiqueta e era originária de Espanha. Assinei não tinha nada para pagar e fiquei intrigado. Era remetida por "Despensa do Palácio" - Estepa. Tenho a certeza que Estepa, não lhes diz absolutamente nada, pois fica entre Sevilha e Málaga, antes de chegar a Antequera, início daquela grande descida que nos leva à águas quentes do Mar Mediterrâneo em plena Costa do Sol. Portanto, uma pequena povoação à beira de estrada, que atravessávamos obrigatoriamente quando nos deslocávamos para aquelas bandas. Entretanto, foi feita a Autovia e a povoação está esquecida no coração da Andaluzia imensa.
Abro a caixa de cartão e num embrulho de papel lindíssimo e de qualidade suprema encontro uma outra caixa de folha, linda como os amores, com imagens de encantar e um cartão a indicar que o meu Amigo Besada e sua esposa, de "O Grove", faziam-nos uma oferta para a próxima "Navidad".
Telefonei-lhe, agradeci-lhe e depois na Net fiz uma pesquisa de curioso, sobre o porquê da "Despensa do Palácio". E o que encontrei, deixou-me espantado, pela beleza, pelo encanto e pela imaginação como trabalha aquela organização familiar.
Pesquisem, apreciem, vejam tudo ao pormenor e digam-me o que acharam. Fiquei em pulgas, para quando for para aqueles lados, ir visitar o museu. É que é tudo tão espectacular, que quem quiser ser cliente, inscreve-se agora para ser servido no próximo ano. "Despensa do Palácio", enquanto fazem a pesquisa eu deliciar-me-ei com o seu conteúdo.
Até ao próximo sábado, no D. Isilda.

9.11.11

Almoço - Convivio "Blogueiros"



.
.Instalações de Zé Maria da Fonseca
Aqui serão as "comezanas"


No próximo dia 26 - sábado, o Zé em colaboração com a "são", organizam um almoço-convívio de "Blogueiros".
O encontro começa pelas 10,00 à porta das Adegas de José Maria da Fonseca em Vila Nogueira de Azeitão, para uma visita e prova de vinhos.
Depois seguir-se-à o almoço, no Restaurante D. Isilda, que fica entre Quinta do Anjo e Palmela,
para matar a nossa "Gula".
O Restaurante pode ser apreciado na net e o preço é de 20 € pessoa, tudo incluído
O télélé 962.288.486 está à tua disposição

5.11.11

são :-: 4 anos de prazer




Esta nossa amiga para comemorar os 4 anos de um dos seus blogues, editou um selo .
Pela amizade e carinho que nutro por ela, tenho muito prazer em fazer a sua apresentação, desejando ao mesmo tempo que os meus amigos lhe batam à porta, pois tem sempre um sorriso acolhedor e uns braços abertos a quem vier por bem. "são" assim as gentes do Barreiro.

25.10.11

O Floriano


E parto para a Galiza, destino Sanxenxo. E que bem me soube esta parte de férias.
Sinto-me como peixe na água, desfruto de belezas naturais fantásticas, desfruto acima de tudo de terras que adoro, e da casa que tenho lá.
A viagem faz-se em cinco ou seis horas, lanchamos no Mercado de Pedra em Vigo, estacionamos o automóvel num parque subterrâneo onde as viaturas são guardadas como os aviões nos Porta ditos, ouvimos os primeiros acordes dos gaiteiros saboreando umas ostras acompanhadas por "Albarinho" fresquinho, comemos uma santola da ria, como já não nos passava pelo estreito há muito tempo e fizemos o resto da viagem com as forças retemperadas chegando ao por do sol.
Sanxenxo estava a top, por alguma razão ela é chamada a mais cosmopolita da Galiza. Ainda nesse dia, saímos para um passeio de picadeiro até ao porto desportivo e encontramos sem surpresa, os bares, os restaurantes, as gelatarias completamente cheias.
A vida é bela, é pena que os homens dêem cabo dela. O meu "cortiço" situado num sexto andar de um prédio recentemente construído tem uma "terraça" e consequentemente uma vista bem bonita.
Pela noite, antes da deita, ficamos extasiados mirando com a ajuda de binóculos o que a nossa vista pode alcançar.
Chegou o "San Fermin" e tivemos a tentação de irmos até lá. A distância é enorme, já que o País Basco, não é ali ao lado. Prometo que não vou morrer sem apreciar outra vez esta festa ao vivo.
Quis o acaso que há anos conheci pessoalmente Salvador Dali, pintor famoso e já falecido, que todos conhecemos, voltando a falar-lhe, num período de férias em que estando em Lloret de Mar
dei um salto a Cadaqués na Costa Brava, onde ele tinha casa e atelier e um pequeno Museu. Tinha também, mas isso de grande envergadura Museu em "Figueiras".
Há muitos anos que sou leitor assíduo de o Jornal "Faro de Vigo". Este jornal publica quase todos os dias um desenho de humor, cujo nome da figura é "Floriano", representando um galego bronco e sua mulher, e a primeira coisa que faço, quando compro o jornal é procurar o "chiste" do dia.
Em "O Grove", ali paredes meias com a Toxa ou La Toja, consoante falamos galego os castelhano, na Praça de Arriba, foi inaugurada uma estátua do "Floriano", sentado à mesa, com a "malguinha" do vinho de Barrantes (tinto, muito parecido com o Verde do Minho)e uma outra vazia, para quem o acompanhar, dado ter um banco ao lado para esse efeito.
Pedi que me tirassem uma foto, sentado a acompanhar o "Floriano" e sem eu saber colocou-se por detrás de mim o criador e autor daquela figura, que é simultaneamente natural de O Grove e vizinho de um meu bom amigo.
Fiquei duplamente feliz, por ser incondicionalmente fã de o "Floriano" e ter a sorte de conhecer o seu autor, que me disse já me conhecer, porquanto o "Besada", o ilustre amigo galego e também artista, já lhe ter mostrado uma pintura que me representava.
Não podia passar sem ir a Padron ( terra de Rosalia de Castro, pequena cidade situada perto de Santiago de Compostela, e que deu o nome aos pimentos de Padron, onde uns são picantes e outros non), almoçar no restaurante Chefe Rivera. É que, é nada mais nada menos o cozinheiro do Rei de Espanha, que o acompanhou na inúmeras deslocações ao estrangeiro em especial pela America Latina.
O seu cardápio, contém dedicatórias da Rainha e das Infantas, a sala de refeições é um amor e o cabrito assado é de morrer. Os preços, não são nada que não se possam pagar. Na hipótese de chegarmos e a sala estar a "top", tem um bar muito acolhedor onde podemos esperar. Num corredor muito bem decorado podemos apreciar fotografias de gente ilustre que já visitou aquele restaurante e outras das condecorações que o Chefe já recebeu nas visitas a acompanhar o Rei. É interessante ver lado a lado, O Cozinheiro vestido a rigor, com sua mulher, ao lado do Rei e da Rainha, do Presidente do México, do Perú, do Fraga Iribar, Ministro de Franco e Presidente da Galiza já em plena Democracia, do Príncipe Carlos e... para meu espanto Mário Soares, a confirmar aquela máxima. Mário Soares não vai, já esteve.
Tenho esperanças que para o ano, mesmo com a crise, possa repetir estas doses.

7.10.11

É ISTO AMOR ?

paixão enganadora

noivos felizes

felicidade demonstrada no rosto

sem palavras

casaram por procuração

Ela é uma grande vaca. Ele tem uns grandes cornos. Mas amam-se.

para a eternidade

30.9.11

Férias





Encontro-me bem disposto, sorridente e com vontade de viver da forma e maneira que sempre me conheceram. Fui com a minha "Dona" fazer uns dias descanso à praia, apanhamos chuva, frio, calor, estivemos no campo e subimos ao vulcão. sem pensar nesta crise financeira sem precedentes na nossa memória.
Quando será estagnada? Sinceramente ninguém sabe, aliás não sabemos, mas uma coisa é certa, já não é na minha curta existência de vida, que vejo o povo, com o semblante menos carregado com a "canga" que nos arranjaram e que tanto peso nos causa. Temos fama de ser um povo taciturno , fácil de manejar pela classe politica (?) e resignado à nossa sorte. Segundo a minha óptica é aqui que se encontra o grão de areia da nossa desgraça.
Esperamos pois, que os nossos vindouros, encontrem um futuro cor de rosa, onde as estrelas do céu sejam brilhantes para todos, que os rios corram novamente com as águas cristalinas, e que os pássaros cantem aos quatro ventos as suas melodias cheias de liberdade.
Contrariando as leis dos negócios, apareceram umas companhias de aviação a praticarem preços nas suas viagens que causam espanto. Tenho ouvido dizer que são companhias fantasmas, aviões que não recebem manutenção, etc. etc.
Cá o Zé tem um medo tremendo às viagens de avião, e raramente mete os "butes" lá dentro. Até que, a "Dona" fez-me uma lavagem ao cérebro e com os pés pesados como chumbo, entreguei a alma ao criador e fosse o que Deus quisesse. Embarcamos no aeroporto Sá Carneiro na Cidade de Porto como se fosse para o cadafalso e a viagem que supostamente era feita num avião enorme, em regímem de voo "charter", foi feita num avião pequeno de dois motores com destino a Madrid, havendo aí uma ligação para Tenerife, onde estariamos de "vacances".
Quando em plena pista, o autocarro parou junto ao pequeno monstro mascarrado, os meus pés sentiram dificuldade em subir o escadote "caseiro" de alumínio para dar entrada no seu interior.
Hesitei, e não fosse um pequeno empurrão nas costas dado pelo passageiro que me seguia, juro que desmaiava. Lá dentro, os seis passageiros ocupavam os lugares que quisessem. Por mim, ficava contente com um para-quedas ajustado nas costas e junto à porta de saída. Foi essa a única maneira que me ocorreu na hipótese de a coisa correr para o torto e cheguei mesmo a pensar e para merecer as suas boas graças, que o diabo não era tão mau como o pintam. Naquela manhã, o vento soprava forte e uma chuva de molha tolos encharcava os ossos dos portuenses.
Seria o Demo a preparar-se para tomar conta da alma daqueles "tontinhos" e desta em particular, a quem a padrinho dera o nome de Zé.
Afinal foram uma férias cheias de coisas boas e que uma subida ao "Teide" retemperou o espírito, desejando nessa altura que o regresso se fizesse na mesma "caranguejola", cuja tripulação era totalmente feminina.
A minha hora não tinha chegado e portanto cá estou a contar estas memórias...

15.9.11

Os Caneiros

Numa rua de Betanzos, em que porta sim, porta sim é um bar,
escolhi este com nome muito original, anunciando as pomadas das curas milagrosas



Nas minhas andanças por terras galegas encontrei BETANZOS, pequena cidade a escassos kms de A Coruña, na estrada que liga esta, a Lugo.
Fiz uma visita em pormenor e não dei o tempo por perdido, já que, Betanzos foi em tempos idos capital de província, os seus naturais eram conhecidos por “Garelos”, em 1463 Enrique IV de Espanha concedeu à povoação o título de Cidade e em 1465 permitiu a celebração de uma feira franca anual.
Anos mais tarde os Reis Católicos designam aquela, Capital de Província, na época de maior esplendor da Cidade.
Depois, uma série de incêndios e falta de colheitas iniciou-se a decadência que se veria a agravar, e em 1834 com a nova divisão administrativa a província de Betanzos deu lugar à província de A Coruña.
Revitalizada com a chegada do comboio no princípio do século XX, na actualidade continua sendo um importante núcleo turístico, comercial e administrativo. Desde 1970 o seu “casco antigo” está declarado Conjunto Histórico-Artístico.
O seu “Parque do Passa Tempo”, que esteve em abandono, está completamente recuperado e é uma das sete maravilhas de toda a Galiza.
A sua ria na passagem pela Cidade é estreita, mas faz parte do golfo Ártabro e banha vários municípios entre eles o de Sado e Pontedeume, ambos com historial e a não perder quando por perto lá passarmos.
É aqui pois, que se realizam com grande pompa e circunstância festas milenárias, e a uma delas a “festa de Os Caneiros” tive o grato prazer de conhecer “ao vivo”, e a que o povo chama “Festa dos Bêbados”.
Betanzos é terra de finos caldos (vinhos), de pão enorme com uma “piroleta” em cima e cujo sabor é belíssimo, bem como o “pulpo” de paladar impar e macio como seda.
Quase todos os naturais, têm um pequeno barco, com toldo, uma mesa e bancos corridos, para se deslocarem ria acima, aos prados junto das margens, a fim de fazerem pic-nic.
No verão, em 18 de Agosto realiza-se a primeira jornada da maior romaria pagã de toda a Galiza, “Os Caneiros”, realizando-se a segunda gira a 25 do mesmo mês.


O Município dá um prémio aos proprietários dos barcos melhor engalanados com gosto mesurado e acompanhados de banda de música, sobem o rio Mandeo, aproveitando a maré alta, entre árvores e arbustos que crescem livremente sobre as margens e chegam mesmo a dificultar a sua passagem, abarrotados de povo, com petiscos e toneladas de “caldos”, passam horas agradáveis em confraternização franca e saudável, ao som da Banda, Gaiteiros e Charangas, nas margens lindíssimas do referido rio. Tradicionalmente, as comidas são os restos dos festejos de S. Roque e os milhares de romeiros preparam o corpo para a larga tarde que os espera. Recomenda-se que não vá a esta festa com as suas melhoras galas, pois com os efeitos que os “caldos” fazem, um dos entretinimentos dos folgazões é romper a camisa de quem estiver por perto. Se gosta de adrenalina, divirta-se e “Venga aos Caneiros”, aqui, nenhum forasteiro se sente estrangeiro. Com o anoitecer os romeiros regressam à sua lancha, para voltar a Betanzos, vindo ao sabor da vazante, esperando-os no cais da Ponte Velha, fogos artificiais aquáticos para pôr fim a uma noite mágica, em que o chegar a casa todo esfarrapado é gratificante e orgulhosos por terem contribuído para o brilhantismo das suas festas.
De todas as formas, se não gosta ou não confia nas habilidades aquáticas debaixo dos efeitos do álcool, sempre pode ir aos festejos caminhando uns quilómetros por caminhos sem asfalto e de rara beleza. Também existe uma espécie de barcaça-autobus no cais da Ponte Velha.
Além desta festa, Betanzos celebra entre outras no 2º fim-de-semana do mês de Maio, uma homenagem aos “caldos”. Pelo menos, as gentes desta terra, publicita os seus produtos, e tem larga experiência de saber apreciar a qualidade de uma boa pinga e não é por causa deles com certeza que o negócio dos vinhos em Espanha está em queda livre.
Sou amante das festas tipicamente populares e tem sido inúmeras as vezes que a “Dona” me chama a atenção por ficar como que extasiado, quando oiço os toques de um grupo de gaiteiros, admirando as suas bochechas vermelhas de tanto soprar para dentro do odre, de onde depois sai a caminha da gaita, transmitindo aos quatro ventos aquele som maravilhoso, como que unindo meigas e bruxas, gentes daquelas terras, trabalhadores do mar e do campo, na sua essência mais alegre e popular, dum povo que ama a sua região e se ajuda mutuamente na solidificação das suas raízes.

31.8.11

Os Cabeçudos


Em mil novecentos e setenta e um, era Presidente da Câmara Municipal de Alenquer um familiar do Zé, pessoa prestigiada na Vila e na região. Era o Tempo em que os Presidentes da Câmara não ganhavam um "tusto" pelo trabalho que prestavam ao Concelho.
Quando da realização dos festejos anuais a Câmara Municipal sempre ajudava a Comissão das Festas no suporte das despesas. Como sabem, a Vila é extremamente bonita e presta-se a elaborar um presépio de Natal de efeito surpreendente. No seu brasão tem representado um cão, porque, diz a lenda, meteu árabes e cristãos, mas isso poderá ser história de outra "fazenda" e não esta que pretendo contar agora.
As Festas Populares da terra iam realizar-se, as ruas estavam engalanadas, os coretos a postos, as bandas musicais devidamente convidadas (era hábito as bandas tocarem gratuitamente, a troco de permuta com a banda da terra onde actuavam, aquando da realização das suas).
Era salutar este convívio, onde o povo tirava os seus proveitos ouvindo as bandas tocarem nos coretos das suas povoações sem gastarem dinheiro, dado ser praticamente impossível fazê-lo doutra maneira em virtude do grande numero de executantes. A organização local, comprometia-se apenas em dar de comer aos músicos e quando necessário dormida, sendo distribuídos estes pelas casas da aldeia a troca de nada e a expensas dos anfitriões. Quando a exibição limitava-se a uma só actuação e portanto o regresso a casa era no mesmo dia, apenas era servido um lanche, antes de a Filarmónica subir ao coreto.
"Certa vez em Montelavar actuou a Banda Filarmónica de Amora, e quando no coreto fazia a sua actuação, o trombone recusou-se a deitar cá para fora os seus acordes, dado estar empanturrado de sandes de chouriço e queijo que um "malandreco" pela socapa enfiou no instrumento musical".
A Comissão ds Festas de Alenquer, no sentido dos festejos terem o brilho merecido, tratou de contratar por pouco dinheiro um grupo de cabeçudos, que como sabem actuam sempre com grande êxito nas festas e romarias de qualquer povoação nortenha.Como não queriam pagar muito, o grupo contratado também cortou nos elementos que deveriam dar a entrada na inauguração dos festejos, trazendo pelo sim, pelo não, um dos bonecos para ser usado por alguém que estivesse disposto gratuitamente a fazer de dançarino.
A coisa não era fácil, pois os dançarinos habituais, já o fazem há muitos anos e estão perfeitamente habituados aos equilíbrios que são necessários usar, para não se estatelarem no chão com aquela cabeça enorme acima do seu corpo e de onde só conseguem ver o que está à sua frente por um pequeno buraco feito na roupa na zona do umbigo.
Em todas as terras há sempre alguém que por isto ou aquilo é engatado para os mais diversos serviços. E não podendo fugir à regra, em Alenquer a figura escolhida foi o Miguel, pessoa que todos conheciam e a quem todos davam "algum" pelos pequenos recados que ele também fazia.
Colocar o boneco sobre os ombros do Miguel não foi fácil, já que, ele não estava lá muito virado para entrar nos viras do Minho, era pesado como o diabo, e tinha para prende-lo ao seu corpo uma infinidade de correias. Quem o apertou nunca se tinha metido também num trabalho daqueles e portanto também sentiu dificuldades. Mas, enfim, com todo o trabalho que dava e com o Miguel a barafustar, porque aqui estava apertado demais e ali de menos, mais o desequilíbrio que sentia, a coisa estava quase pronta e já se ouvia o toque dos bombos a afinar as pancadas esperando pelo novo elemento, enquanto o povo aguardava ansioso, pela novidade das cabeçorras.
O Miguel anuncia que quer cagar. Não pode Miguel, então agora depois de todo este trabalho é que te lembras duma coisa dessas? Mas o Miguel está à rasca, dizia ele. Quem estava por perto desata a rir e o homem que tinha apertado as correias diz ao Miguel para dar uns pulinhos, podia ser que passasse. O Miguel barafusta, dá uns saltitos, vai dizendo, Miguel salta e caga e pulava, pulava. Presumivelmente a vontade foi ainda maior, desequilibra-se e salta outra vez. E não é que o Miguel não conseguindo o equilíbrio necessário caiu para cima de uma secretária, a cabeça do boneco partiu-se e cagou-se mesmo pelas pernas abaixo. Pois é verdade, o cheiro nauseabundo empestou aquele pequeno cubículo, mas desatar as correias todas e convencer o Miguel para entrar na dança, é que ninguém conseguiu. Nos anos seguintes ,o Miguel tinha sempre o cuidado de não estar por perto na realização de eventos, não fosse alguém lembrar-se dele.

Aniversario


Faz hoje precisamente 4 anos que o Zé deu início a este Blog, com a ajuda imprescindível do seu amigo "Capitão Merda".
Convido todos os visitantes para me acompanharem num brinde com Moscatel "Excellent"

25.8.11

Na Camarga - França


em Mil novecentos e setenta e um, mandei dar uma revisão ao Ford Cortina, enchi o depósito com gasolina súper e com a "Lurdocas" (já vossa conhecida dos textos "Viagem a Sevilla de 24 de Agosto de 2008 e "Ai não me lo diga" de 18 de Novembro do mesmo ano), partimos para Espanha, França, Italia e Suíça, fazendo campismo. Os dias eram os que fossem necessários e o percurso, o que calhasse. O verão estava no auge, os dias eram grandes e sem dúvida a antever um passeio inolvidável.
Os pormenores foram alterados logo ao segundo dia, quando em Barcelona depois de ter comprado na véspera bilhetes para uma volta à cidade da parte da tarde, faltámos por descuido, tendo atribuído todas as culpas à "Lurdocas" quando na realidade eu não medi, nem fiz cálculo certo ao tempo gasto numa outra corrida que fizemos a Monserrat, pela parte da manhã.
Apresenta-mo-nos em cima da hora, junto à nova praça de touros de Barcelona, quando o local de partida era junto à velha.
Na auto estrada do Mediterrâneo, já em França, partiu-se o para brisas da viatura, era lusco-fusco e não fosse a aparição de uma brigada de "Gendarmes" estariamos em maus lençóis.
Os policias circularam à nossa frente e na primeira saída deixaram-nos junto a uma gasolineira. Tivemos a sorte, de na dita, estar a abastecer um espanhol naturalizado francês, pois tinha quando criança fugido na companhia dos pais à guerra civil espanhola e por lá ficaram, até que com a mudança dos tempos, Franco, autorizou a abertura da fronteira àquela pobre gente.
O Senhor, cujo nome já não recordo, era taxista, tinha um furgão Citroen e um ligeiro, a que dávamos o nome de "boca de sapo" aqui em Portugal. Prontificou-se a arranjar-me no outro dia pela manhã uma oficina de um seu amigo para resolver o problema da colocação de um vidro novo. Logo nessa altura procuramos a oficina, não obstante esta estar quase a encerrar, tendo optado por irmos ficar a um hotel, por indicação do francês/espanhol. Colocamos a nossa bagagem no local de pernoita, e tivemos de ir jantar a um restaurante, já que o hotel era residencial e não servia refeições, e portanto o nosso guia/forçado, taxista de profissão, fez-nos esse serviço, ausentando-se para jantar, mas com o compromisso de nos ir buscar para regressarmos à unidade hoteleira.
Quando nos aparece, conduzia o "furgão", que já vinha cheio de rapaziada que ele transportava para uma festa numa povoação ali perto, onde ia haver "boi na rua". O Zé e a "Lurdocas", perdidos por dez, perdidos por mil, resolvemos acompanhar aquela gente no folguedo. Só então tivemos conhecimento que estávamos em plena região da Camarga e que o "boi na Rua" era o culminar e prato forte daquela festa. Optamos por nos recatar e deambulamos pelas ruas mais iluminadas da povoação,e enquanto apreciávamos as barracas de feira, íamos dando um olho à procura de um melhor lugar para nos colocarmos a recato de alguma marrada, quando o boi ou bois fossem soltos.
Deus põe e o diabo dispõe. Começou a cair uma chuva tão forte, tão forte, os pingos pareciam bagos de uva dos grandes e pelas ruas a água corria em enxurrada. o taxista encontra-nos e leva-nos de regresso ao hotel, voltando ele para a festa, pois os seus clientes, andavam por lá.
Às 9 horas da manhã, o homem esperava-nos à porta, e com a bagagem fomos à oficina saber como estava o assunto da minha viatura. Um estafeta tinha ido a Nice buscar o vidro, e como tínhamos de esperar muito tempo, o taxista propôs-nos para nos levar a passear. A minha boca começou a ter um travo amargo, pois achei que o homem se estava a aproveitar da minha má sorte para conseguir uma boa receita pelos serviços que me estava a prestar. Nem disse que sim, e eis que ele abala direito às praias do Mediterrâneo, onde pelo caminho tivemos ocasião de ver as marismas ou sapal, as salinas da Camarga, e parte das suas 400 aves, entre elas os flamingos vermelhos.
Há hora do almoço, perdi a vontade de comer, estava em depressão e pensando já em regressar
a Portugal, o dinheiro não chegaria para tanto. A "Lurdocas", olhava-me angustiado e pela tarde
ainda fizemos mais uns largos quilómetros.
Lá pelas 19 horas o carro estava pronto, esperei a "dolorosa" intranquilo, e quando me foi apresentada a factura, dei um sorriso que deveria ser amarelo dado o meu estado de espírito.
O valor era perfeitamente aceitável e creio mesmo que se fosse em Portugal, seria mais caro.
Perguntei ao taxista quanto lhe devia, e ele sorrindo dissemos que fossemos ali a uma esplanada bem perto, beber uma cerveja e que me apresentaria a conta. Comentei com a companheira, que voltaríamos para trás e faríamos as férias em Benidorm num parque de campismo, sem as andanças do automóvel.
Sentámo-nos, bebeu uma cerveja, e eu um copo de água para empurrar a saliva que me atormentava, pagou a conta e tem este discurso.
Palavras textuais do taxista. Eu já tive acidentes, eu já passei por dificuldades, quando longe de casa. Tudo quando fiz, foi no sentido de vos ser agradável, portanto não tem preço, não me pagam nada. Que continuem a vossa viagem, com felicidade... Apertando-me a mão fortemente.
Fiquei siderado. Estava exausto, não tinha palavras, não tinha nada com que pudesse pagar aquele gesto.
Não sabia como vincular a minha gratidão... Fiquei com a sua morada e ofereci-lhe um mapa de Portugal, editado pelo Automóvel Clube de Portugal, já bem velho por sinal, onde assinalei onde morada, e que gostaria num futuro próximo poder-lhe pagar da mesma forma.
Um mês depois, um camionista da empresa onde trabalhava, deslocava-se a Itália em serviço, e por ele enviei àquele bom Samaritano uma caixa com 6 garrafas de Porto Ferreira "Vintage". Nunca soube se chegou a entregá-las, pois despediu-se no regresso, e não tive ocasião de falar-lhe, nem saber para onde foi residir.
A partir daí, o meu carro, quando em viagem tem sempre na sua mala 6 garrafas de Vinho do Porto, para o que der e vier, e digo-vos que já tenho usado muitas, até para oferecer a quem não me fez favor nenhum.

12.8.11

Pobre de mim (que se han acabádo las festas de San Fermin)


A cultura do Mediterrâneo e da Península Ibérica elegeu o touro como representante das forças da terra e como protagonista dos rituais que estão na origem das touradas, ligados a cerimonias do culto da fertilidade.
Pamplona, a Iruña ou Iruñea basca, celebra todos os anos de seis a catorze de Julho as festas en honra de San Fermin. Contrariamente ao que se pensa, o patrono de Pamplona não é San Fermin, mas San Saturnino, nem o dia 7 de Julho é o dia de San Fermin, um santo francês, mas sim a festa em honra de San Fermin, bispo, nascido em Pamplona, que morreu mártir.
Estes festejos foram sempre celebrados sem grandes alterações com um carácter muito local até aos princípios do século XX, altura em que um famoso escritor americano se inspirou nos "Sanfermines" para escrever um livro.
A partir de então, e especialmente após a Segunda Guerra Mundial, cada vez mais estrangeiros acorrem à cidade, que durante os festejos chega a triplicar a sua população.
A festa começa com o lançamento do famosíssimo "Chupinazo" do balcão da Camâra Municipal de Pamplona, onde milhares de pessoas, acenam com lenços vermelhos que depois usam durante todo o período das festas ao pescoço. A partir daí, gritando San Fermin, San Fermin, segue-se a explosão de música, dança, canto e festas acompanhados pelo som das rolhas das garrafas de champanhe. Gigantes e cabeçudos, seguidos da "Pamplonesa" - a banda de música que toca sempre a mesma partitura, a famosa "Vals de Astrain" - e a comitiva da gala do Municipio de Pamplona.
No dia 7 de Julho, dia do patrono da festa, toda a gente se veste de pamplonica - de branco com faixas ou lenços vermelhos e com a "txapela", a boina vermelha ou preta para assistir à procissão, com a presença de todas as altas individualidades da Comunidade.
Durante todos os dias em que os festejos são celebrados, haverá sempre eventos relacionados com os touros. Muito haveria para contar destes festejos milenários, mas chamo a especial atenção para a quantidade de estrangeiros que irresponsavelmente se metem no meio daquela população que ao longo de toda a sua existência está e foi preparada para saber correr à frente de uma manada de touros enfurecida, não pelos maus tratos que lhes dão, mas pelo susto e intranquilidade que passam quando inesperadamente se encontram rodeados de milhares de pessoas, gritando e incitando-os à correria.
O saber correr à frente da manada, ter pernas ligeiras, arte e astúcia para não ser apanhado por algum corno afiado como lança, saber alterar a sua direcção no momento exacto não é coisa de todos e os estrangeiros por culpa própria, acabam por ser os "bombos" daqueles festejos, tão apreciado no País Basco.
A foto que publico acima, demonstra a astúcia, a audácia e a valentia desta moça vinda directamente do "caribe" que vestida com todo o rigor de uma Pamplonesa dos quatro custados, como as "canetas" já não a ajudavam para poder fugir, resolveu mostrar ao bovino, que era uma mulher de armas capaz de o enfrentar em qualquer situação, colocando-se nesta posição bizarra.
Ao que parece, a fera, ferida no seu orgulho e como tinha pergaminhos a defender, resolveu não a atacar na posição de decúbito ventral, já que estava acostumada a encarar os inimigos,com olhos nos olhos.
Termino com o estribilho de uma das cantigas mais em voga durante os festejos:
um de janeiro, dois de fevereiro, tres de março, quatro de abril, cinco de Maio, seis de junho, sete de julho, ao San Fermin tenho de ir.

30.7.11

O Torna Viagem

Hoje, quem quiser comprar um torna-Viagem, desembolsa 4.700 €

Em Mil novecentos e setenta e dois, cá o moço, recebeu como oferta de um amigo, uma garrafa de Moscatel de Setúbal, alta, esguio, e cujo conteúdo era '/2 litro.
Torna-Viagem era o seu nome e era oriundo das Adegas de José Maria da Fonseca, que ainda hoje estão situadas em Vila Nogueira de Azeitão. Foi bebida sem qualquer cerimónia oficial, e fiquei encantado com o paladar daquele líquido "melaço" de fazer uma cura milagrosa a alguém que estivesse às portas da morte. Na altura, trabalhava por aquelas bandas e dei um pulo a comprar outra, ficando então a saber que a preciosidade custava duzentos escudos. Era um preço elevado para a época, mas mal ela estava acabada, substituía por outra. Só que, cada vez que voltava, o preço ia subindo. Até que desisti, não porque não tivesse a tentação de as adquirir, mas porque as minhas possibilidades não davam para tais luxos.
Quando via uma Torna-Viagem exposta, confirmava o seu preço e ia ficando extasiado.
Em Dois mil e cinco, o meu amigo Albano (personagem de alguns dos meus contos), ao ouvir da minha boca a historia do Torna-Viagem, foi comigo à rua dos Douradores na nossa Capital e comprou uma para juntar à enorme colecção de bebidas que tinha em sua casa. O seu preço naquela altura estava em oitocentos e cinquenta euros, fazendo a admiração dos outros clientes que assistiam a tal compra. Um mês depois estava vazia, pois para comemorar o nascimento de um neto, a dita foi "deitada abaixo". Calhou-me um cálice, já que estava presente ao acto.

o divino paladar

Nos séculos XVI e XVII, o vinho para comercializar era transportado em toneis de madeira que também serviam como lastro para navios ingleses e portugueses a caminho das Índias e Brasil.
Esse vinho passava longo tempo no mar, atravessando a linha do Equador e os Trópicos, em porões que atingiam temperaturas de 5o a 60 graus centígrados.
O excedente dessas remessas levados em consignação retornavam para as caves dos produtores, que logo perceberam ter nas mãos uma verdadeira preciosidade.
Ao serem abertos, os vinhos quase sempre estavam melhores do que antes de embarcar.
A saga das viagens parecia aprimorar a sua qualidade e aumentar sua complexidade.
Assim surgiu a lenda do Torna-Viagem. Um vinho generoso, fortificado, sedutor e raro.
O vinho Torna-Viagem simboliza os destinos do vinho-viajante, enquanto o tempo o torna ainda mais especial.
No ano Dois mil, o navio escola-Sagres (ex-Guanabara, da Armada Brasileira), comandado pelo capitão-de-fragata António Maia Dias, levou vinho Moscatel da safra de Mil novecentos e oitenta e quatro em barris, recreando todo o percurso da viagem de Pedro Alvares Cabral rumo a terras de Santa Cruz e os resultados foram excelentes. Existem nas Adegas de Azeitão 5 mil garrafas deste preciosas néctar, descansando no silêncio das caves, envelhecendo, ganhando qualidade que só o tempo incorpora aos grandes vinhos.
Talvez fique para a próxima geração da família. De qualquer forma, quem se deparar com uma garrafa destas no futuro não deve perder a oportunidade. Pode ser que nunca mais apareça outra igual

23.7.11

Acabaram-se as férias



Em Cima : Grutas das Maravilhas - Aracena - Andaluzia


Em Baixo: La Vagina - Cuevas del Mar - Llanes - Asturias -



Nos Aeroportos buscas à procura de armas em bagagens e pessoas



Um dia bem passado no Parque Aquático



Aproveitando e fazendo mijinha

27.5.11

O Barbeiro/Castrador


O David era um homem alto forte, usava uma bicicleta quase sem pintura, não tendo luz na dita, porque não estava para usar aquele aparato que trabalhava a carbureto e que pouco alumiava, e em vez de campainha ou buzina de bola de borracha, usava uma cavilha (prego grande) atado com um cordel, com que batia no guiador (este a parecer uns chifres de bovino), para alertar os transeuntes da sua presença. A sua profissão era Barbeiro e Castrador ou Castrador e Barbeiro, nunca soube bem qual era a profissão em que era mais especialista. Como Castrador, nunca lhe senti a faca, e daí não saber se era exímio nessa arte. Como Barbeiro, a navalha passou-me muitas vezes pelos queixos e com resultados mais ou menos positivos. Também não tomei nota se houve mais positivos ou negativos, pelo que admito um empate.
Quantas vezes o David saía bem cedo de sua casa montado na sua velha pedaleira para acorrer a uma chamada urgente, no sentido de capar um porco, e depois quando regressava ainda com a roupa suja daquele trabalho já estavam um ou dois clientes à sua porta porque pretendiam cortar o cabelo.
Era casado com a Beatriz, "enfermeira relativa", já que não tirou nenhum curso, mas dava uma injecções a quem necessitava, tendo aprendido nuns desgraçados cães vadios, visitas do seu quintal e que iam fazer a "corte" à sua cadela de raça "Castro Laboreiro" que acompanhava o David quando nas horas de lazer ia à procura de algum coelhito.
Raramente vestia bata branca no exercício de "figaro", mas era artista rápido e destro com a navalha, que o digam os clientes que saiam porta fora a deitar sangue por alguma borbulha que não resistia ao fio da navalha mal afiada.
As suas mãos «manápulas grandes» habituadas a apalpar os testículos aos suínos eram de pele grossa causticadas pelo sol do verão e o frio do inverno, e quantas vezes o David na ânsia de satisfazer algum cliente mais apressado afiava a navalha na palma da mão, fazendo um corte para experimentar se estava em condições, naquela pela dura resistente na parte lateral da sua mão direita, já que era canhoto.
O "After Shawe" não passava de uma pedra que parecia gelo passada pela cara que fazia arder e a cicatrização de um descuido, era remediada com uma mortalho de fazer cigarros de tabaco "onça" avulso, e às vezes não chegava uma. Quando as coisas corriam mal, a cara do cliente ficava pálida e levava de chapa uma mortalha que o sangue colava à cara, quando não era duas ou três.
Mas mesmo assim, não lhe faltavam clientes, já que, ele tinha olho e fazia um desconto a quem fosse cliente nos seus dois negócios.
Um dia, na paragem da camioneta de passageiros que vinha de Cacilhas com destino à sede do Distrito, saiu um sujeito aperaltado, bigode farfalhudo, sapatos bem engraxados (ficou tramado
as ruas lá da terra era de areia solta), dirigiu-se a uma pequena mercearia e perguntou onde havia uma barbearia. O merceeiro, não conhecia aquela cara e curioso, tentando explicar, atrapalhou-se na sua maneira de dar explicação, mas remata desta maneira, olhando e apontando para o chão.
Meu caro Senhor, é muito fácil lá chegar, siga sempre este rasto de sangue e vai lá ter. Os olhos do homem saltaram de terror, nas como não viu sangue nenhum foi embora sem dizer obrigado.
O certo é que o homem conseguiu achar a barbearia do David,esperou pacientemente pela sua vez e chegou o momento de colocar o David à prova de fogo, pensando que se calhar seria melhor ter feito um seguro de vida.
Como era cliente novo e desconhecido, pelo sim pelo não, David pediu com um grito para a Beatriz lhe trazer a navalha nova. (o que fazia pela primeira vez, sem carta de recomendação).
O cliente foi-lhe dizendo que tinha ido ali para fazer a barba, dado que no outro dia sábado, ia ao casamento de uma moçoila lá da terra. Queria portanto um trabalho escanhoado com perfeição...
O David dá-lhe a primeira e segunda passagem, e a cara do cliente tinha salpicos de sangue que o David atabalhoadamente tenta estancar. O "Mestre" grita novamente à mulher que estava lá nos confins da cozinha e pede um copo de água. A mulher chega lesto, o David pega no copo e coloca-o na mão do cliente, que recusa e diz que não tem sede. O David responde-lhe; que não é para beber é somente para bochechar e verificar se a cara está rota.
Mas o Barbeiro estava imparável, dá espuma outra vez na cara do cliente, ele barafusta e diz que está bem assim. Que não, que não, ele tinha dito que ia amanhã ao casamento da nubente lá da terra e portanto ia escanhoado a preceito. Vê, vê, há sempre uns cabelitos que nos escapam e aqui o seu pescoço está cheio deles. E vai puxando as peles, e puxa e corta e torna a puxar e o cliente está num pavor.
Até que o David, diz assim. Meu caro senhor, tenho feito um trabalho notável, mas o Senhor tem aqui no pescoço um sinal preto enorme. O homem salta da cadeira, olha para o espelho e vê efectivamente aquele sinal enorme escuro e cheio de pregas.
Oh. Meu Deus, você já me puxou tanto, tanto as peles, que já tenho o buraco da saída do corpo aqui no pescoço.
Atirou com a toalha para cima da cadeira, pagou, saiu, ninguém ficou a saber se no outro dia tinha ido ao casamento, mas nunca mais voltou aquela terra.

17.5.11

Milagre


Uma solteirona descobre que uma amiga ficou grávida com apenas uma oração que fez na igreja de uma aldeia próxima.
Dias depois, a solteirona foi a essa igreja e disse ao padre:
Bom dia, padre.
Bom dia minha filha. Em que possa ajudá-la?
Sabe, padre, eu soube que uma amiga minha veio aqui há umas semanas atrás e ficou grávida só com uma Avé-Maria. É verdade, padre?
Não, minha filha, não foi com uma Avé-Maria... Foi com um Padre nosso............... Mas ele já foi transferido para outra paróquia.

8.5.11

Humor através do Lápis



Pitosga, muda lâmpada





Ordem mal compreendida

Andar com celular na mão é incomodo

Novas oportunidades e pessoal antigo


Será em Portugal? Não creio...