Depois de já estar familiarizado com as gentes do Norte, fui, algumas vezes, convidado para casamentos de pessoas conhecidas.
Ente eles, houve um onde ocorreu uma cena que não posso deixar de relatar, pois os seus contornos foram engraçadíssimos.
Um casal a viver na margem Sul do Tejo, ele bracarense, ela da terra onde está instalada a Siderurgia Nacional, com um casal de filhos já maiores, também foram convidados, dado serem familiares do noivo e meus amigos.
Nos meses de Verão, são quase sempre escolhidos para a realização de casórios e na igreja do Bom Jesus de Braga, os residentes e os emigrantes que vêm a propósito para o enlace, dão um movimento que mais nenhuma igreja do País consegue igualar. Não faço ideia de quantos casamentos se realizam a um sábado ou domingo naqueles meses, mas garanto-vos que são muitos, muitos mesmo.
O casório em causa, realizou-se na igreja da Madalena, na encosta da Falperra, a poucos quilómetros de Braga e do Bom Jesus e quem estiver num destes sítios para se dirigir a Braga, pode fazê-lo directo ou com passagem pela outra igreja.
No local e antes do seu início, foi distribuída uma folha de papel com um desenho do percurso onde se realizaria o “petisco”, de forma a eliminar dificuldades que alguns tivessem, já que o local era em Monsul – Póvoa de Lanhoso, longe da cidade de Braga, e numa quinta que só poucos conheciam.
O tempo de ausência, aliado ao desenvolvimento das cidades, fê-lo perder a noção exacta dos sítios que, na sua meninice, lhes foram sempre familiares, pelo que lembrei aos recém-vindos para terem cuidado e não se perderem. Sem problemas, disseram-me, dado ser colocado um pouco de tule nas antenas de rádio de todos os carros e, portanto, não era difícil seguir o que ia à frente e, consequentemente, o de trás faria a mesma coisa.
A família Costa, nos dias em que estivessem na Cidade dos Arcebispos, ficavam num apartamento de um sobrinho na Rua Conselheiro Lobato (ali bem pertinho do Estádio 1º de Maio), que estava, como sempre, um brinquinho para receber familiares e convidados.
Quando todo o ritual do casamento católico acabou, os convidados dirigiram-se aos automóveis e partiram a caminho de Monsul. Uns descendo directamente para Braga e outros subindo com passagem pelo Bom Jesus. O Costa seguiu um que subiu e fez o percurso pelo Bom Jesus e aí, com os olhos postos no tule da antena, não se apercebeu de que o perseguido desaparece e ele estava atrás de um outro carro vindo de um outro casamento realizado no Bom Jesus.
O filho varão, com o papel na mão com a indicação do percurso, achava que tudo corria às mil maravilhas, pois a Póvoa de Lanhoso já estava à vista.
Na chegada à quinta onde os convidados iam acamaradar e encher a “pança” à conta dos pais dos nubentes, o Zé já tinha dado pela falta da família Costa e já tinha alertado o seu sobrinho (cedente e dono da casa, onde aqueles ficavam), para a sua falta, resolvendo este voltar atrás para ver se os encontrava.
Entretanto, os Costas chegam à quinta onde se realizava o casamento do carro que o antecedia, dirigem-se ao pavilhão, sentam-se e dá-se início ao repasto. Estranharam não ver ninguém conhecido, mas, naquelas ocasiões, á sempre muito gente e portanto, à vontade, iniciaram a refeição com uma canja de galinha. A filha, alta, calmeirona, levanta-se para dar uma olhadela aos convidados e à mesa de honra, sentando-se imediatamente, diz aos pais:
Vamos embora, estamos enganados o noivo é mulato.
- Nem um mergulho no tanque da quinta era capaz de fazer mais calafrios do que aqueles que sentiram a família Costa.
Na estrada, o sobrinho não os encontrou, na cidade tão pouco, até que resolveu ir a casa e então depara-se com o espectáculo da mãe e filha estarem de volta do frigorífico a tentarem arranjar alguma coisa para comer, o filho sentado a ver televisão e o chefe da família e pai Costa, já em cuecas, a bracejar e a protestar por não ter conseguido desfiar o fio da meada.
A partir daí, uma alma nova voltou e lá partiram todos de novo para o seio daquele casamento, que os fez fazer uma viagem tão longa e faziam tanto gosto de desfrutar com a família.
Ente eles, houve um onde ocorreu uma cena que não posso deixar de relatar, pois os seus contornos foram engraçadíssimos.
Um casal a viver na margem Sul do Tejo, ele bracarense, ela da terra onde está instalada a Siderurgia Nacional, com um casal de filhos já maiores, também foram convidados, dado serem familiares do noivo e meus amigos.
Nos meses de Verão, são quase sempre escolhidos para a realização de casórios e na igreja do Bom Jesus de Braga, os residentes e os emigrantes que vêm a propósito para o enlace, dão um movimento que mais nenhuma igreja do País consegue igualar. Não faço ideia de quantos casamentos se realizam a um sábado ou domingo naqueles meses, mas garanto-vos que são muitos, muitos mesmo.
O casório em causa, realizou-se na igreja da Madalena, na encosta da Falperra, a poucos quilómetros de Braga e do Bom Jesus e quem estiver num destes sítios para se dirigir a Braga, pode fazê-lo directo ou com passagem pela outra igreja.
No local e antes do seu início, foi distribuída uma folha de papel com um desenho do percurso onde se realizaria o “petisco”, de forma a eliminar dificuldades que alguns tivessem, já que o local era em Monsul – Póvoa de Lanhoso, longe da cidade de Braga, e numa quinta que só poucos conheciam.
O tempo de ausência, aliado ao desenvolvimento das cidades, fê-lo perder a noção exacta dos sítios que, na sua meninice, lhes foram sempre familiares, pelo que lembrei aos recém-vindos para terem cuidado e não se perderem. Sem problemas, disseram-me, dado ser colocado um pouco de tule nas antenas de rádio de todos os carros e, portanto, não era difícil seguir o que ia à frente e, consequentemente, o de trás faria a mesma coisa.
A família Costa, nos dias em que estivessem na Cidade dos Arcebispos, ficavam num apartamento de um sobrinho na Rua Conselheiro Lobato (ali bem pertinho do Estádio 1º de Maio), que estava, como sempre, um brinquinho para receber familiares e convidados.
Quando todo o ritual do casamento católico acabou, os convidados dirigiram-se aos automóveis e partiram a caminho de Monsul. Uns descendo directamente para Braga e outros subindo com passagem pelo Bom Jesus. O Costa seguiu um que subiu e fez o percurso pelo Bom Jesus e aí, com os olhos postos no tule da antena, não se apercebeu de que o perseguido desaparece e ele estava atrás de um outro carro vindo de um outro casamento realizado no Bom Jesus.
O filho varão, com o papel na mão com a indicação do percurso, achava que tudo corria às mil maravilhas, pois a Póvoa de Lanhoso já estava à vista.
Na chegada à quinta onde os convidados iam acamaradar e encher a “pança” à conta dos pais dos nubentes, o Zé já tinha dado pela falta da família Costa e já tinha alertado o seu sobrinho (cedente e dono da casa, onde aqueles ficavam), para a sua falta, resolvendo este voltar atrás para ver se os encontrava.
Entretanto, os Costas chegam à quinta onde se realizava o casamento do carro que o antecedia, dirigem-se ao pavilhão, sentam-se e dá-se início ao repasto. Estranharam não ver ninguém conhecido, mas, naquelas ocasiões, á sempre muito gente e portanto, à vontade, iniciaram a refeição com uma canja de galinha. A filha, alta, calmeirona, levanta-se para dar uma olhadela aos convidados e à mesa de honra, sentando-se imediatamente, diz aos pais:
Vamos embora, estamos enganados o noivo é mulato.
- Nem um mergulho no tanque da quinta era capaz de fazer mais calafrios do que aqueles que sentiram a família Costa.
Na estrada, o sobrinho não os encontrou, na cidade tão pouco, até que resolveu ir a casa e então depara-se com o espectáculo da mãe e filha estarem de volta do frigorífico a tentarem arranjar alguma coisa para comer, o filho sentado a ver televisão e o chefe da família e pai Costa, já em cuecas, a bracejar e a protestar por não ter conseguido desfiar o fio da meada.
A partir daí, uma alma nova voltou e lá partiram todos de novo para o seio daquele casamento, que os fez fazer uma viagem tão longa e faziam tanto gosto de desfrutar com a família.