30.8.10

DIAS DE ANOS


Faz hoje precisamente três anos, QUE O ZÉ DO CÃO iniciou o seu blogue.

Não quero deixar passar esta data, sem agradecer publicamente ao autor do Blogue "CAPITÃO MERDA", toda a sua boa vontade e disponibilidade que sempre dispensou nas ajudas que me deu, já que, o ZÉ, pouco ou nada sabe de computador.

Sem a sua ajuda, este blogue não se aguentaria mais do dois ou três dias.

Aos meus visitantes o meu obrigado com beijinhos a abraços por me terem aturado todo este tempo.
Zé do Cão

15.8.10

A Porca para Supermercado

Então meus amigos, não querem lá ver que o Zé entre muitos empregos que teve na sua vida, também foi Accionista e Gerente de um super mercado no Concelho do Barreiro. Já lá vão uns anos, mas deu para ficar registado na minha memória esta engraçada peripécia.
O Super dispunha de um "furgon", da marca Citroen, igual aos da polícia francesa. Tinha duas portas de correr, uma para serviço do motorista e a outra ao meio, penso que do mesmo lado, para a recolha das mercadorias.
Para a época o Super era bem bom e de tamanho muito igual aos do inter-marché, dispondo também de talho.
O Zé tinha um primo a viver numa grande quinta,sita em Amora, onde criava gado, que me propôs o negócio de uma porca. Fiz a compra e só depois fui confrontado com o transporte do animal para o matadouro, que não se podia fazer, sem guias próprias, emitidas por determinada entidade oficial (não recordo qual). O pedido de deslocação do animal de um Concelho para outro podia ser rejeitado e então corria o risco de ficar a criar a porca sem qualquer interesse.
Havia portanto que dar asas à imaginação e resolvemos fazer aquele transporte para o Barreiro a um Domingo ao «lusco fusco» à revelia das autoridades na tal carrinha atrás mencionada.
Acontece, que um empregado de uma outra empresa também accionista do Super, veio pedir-me a carrinha emprestada para no dia anterior ao transporte da porca, ir com a namorada buscar uma mobília para o lar que iam constituir. Anuí, não lhe tendo dito nada pela utilização do Domingo, pedi-lhe no entanto que no Sábado pela noite a deixasse nas instalações da empresa onde trabalhava, dado na segunta-feira necessitar de uma pequena reparação nessa empresa, que também tinha oficina de mecânica.
Assim foi e correu tudo como combinado. No Domingo, fui buscar a carrinha e dirigi-me a Amora ter com o priminho e tentamos meter a porca na furgoneta. O animal era enorme e força não lhe faltava, tendo o seu dono atado uma corda a uma das patas de trás e a outra ponta enrolada no seu braço. Foi a carga dos trabalhos; o animal não queria entrar e nós dois não tinhamos força para pega-la ao colo e enfia-la lá dentro. Em dada altura o bicho desata a fugir pela quinta, o primo com a corda enrolada no braço não se aguenta caiu e então eu via-o puxado pela porca a bater contra as cêpas, chegando mesmo a pensar que saía dali todo amachucado. Lá se levantou e não sei com quantos trabalhos mais, conseguimos meter a «gaja» e fechar a porta imediatamente.
Salto para o volante da viatura, e fiquei preocupado, pois o suíno não estava quieto, andando de um lado para o outro e como as suas unhas são pequenas o barulho que fazia no chão de chapa de ferro era igual aos sapatos de salto alto das senhoras. Em dado altura caía, levantava-se e caía novamente. Como o «charoco» está permanentemente a defecar, quando caía ficada com o corpo todo sujo e ao encostar-se às paredes laterais da carrinha, dava-lhe um toque de pintura que ninguém deseja dentro de uma sua viatura, além do cheiro horrível que lá ficava.
Missão cumprida, entregamos o animal no matadouro e já noite, fui colocar a carrinha no mesmo sítio de onde a tinha recolhido.
Pelas 8,3o horas de segunda-feira, e já com o astro rei a bater na viatura, o mecânico preparou-se para a arranjar. Estranhou os vidros estarem cheios de moscas, que já a tinham atacado. Abriu a porta, entrou lá dentro, mas saiu imediatamente pois era impossível sem que primeiro fosse feita uma desinfestação. Quando o Zé apareceu mais tarde, recebi logo a notícia de que tinha emprestado a carrinha ao "Pedrocas" e que afinal a entregou naquele estado. Aproveitando imediatamente a ocasião chamei-o junto ao mecânico e perguntei-lhe assim, muito sério.
Afinal Pedro, o que é que se passou. O que é que você andou a fazer na carrinha mais a namorada que a deixaram neste estado.
O Homem entra lá dentro, ao ver aquela insólita pintura, gaguejou não sabia o que dizer.
Recebeu a sentença. - Pegue numa mangueira e lave tudo isto muito bem, antes que a coisa tome outras proporções. De muita má vontade lavou o carro, barafustou, azedou-se com o mecânico e no final acabei com a conversa desta forma. Vá a uma drogaria e compra um ou dois litros de água de colónia, vaze aí dentro, se quer levar a carrinha mais alguma vez com a namorada.
Só vários dias depois soube a trama.teia em que esteve metido.

2.8.10

Riqueza Nacional


Nestes tempos difíceis que Portugal atravessa, com uma crise instalada como nunca ninguém se lembra, de quando em quando, tenho dado comentários sobre a problemática da cortiça em Portugal.

Não posso nem devo guardar por mais tempo a magoa que sinto por assistir aos fecho de fábricas que trabalham este produto, sem verificar uma decisão governamental, que contrarie este desaforo.

Portugal é o maior criador de cortiça do Mundo. Portugal era o país onde existiam mais fábricas para a sua transformação e temos assistido ao fecho sistemático das grandes industrias.

Em tempo, a grande empresa, a maior em todo o mundo da Cortiça, era a Mundet. Em Portugal, tinha fábricas em Amora , Mora, Seixal, Montijo e Ponte de Sor. As suas agencias espalhavam-se pelos quatro cantos do mundo.

Com o acabar daquela já há alguns anos, apareceram os “Amorins” que sucedendo-a receberam a coroa de gloria e tornaram-se reis, naquela industria.

Esta empresa, cresceu, fez-se grande, e uma serie de pequenos fabricantes morreram estrangulados, por encerrando. Aqui há uns anitos a Corticeira Amorim comprou a C.G. Wicander, fabrica a trabalhar em pleno (com duas ou três centenas de trabalhadores), e imediatamente a seguir desmantelou-a, despediu todo o pessoal, deixando no Seixal, grande numero de famílias em dificuldades. Ainda hoje lá está a chaminé, na minha óptica a simbolizar aquela desgraça. (É um dos monumentos da cidade.)

A Ásia sempre foi um grande consumidor de produtos corticeiros, e mais propriamente os Chineses sempre tiveram grande apetência por copiar estes produtos. Mas a China não tem Cortiça, tem somente mão de obra barata. De a alguns anos a esta parte, algumas fabricas trabalhavam em exclusividade para o oriente, ajudando Portugal a contrabalançar a balança comercial.

Até que, a China, pede licenciamento a Portugal para poder importar a cortiça em bruto a partir do montado, para serem eles a fazer os produtos que lhes fazem falta e ao mesmo tempo inundar o comercio mundial de tudo quanto se pode fazer da cortiça, ao preço da uva “mijona”.

Os fabricantes portugueses, passaram a comprar a cortiça mais cara e de pior qualidade, os produtos aumentaram e o Oriente deixou de nos comprar, a cortiça manufacturada. O Desemprego tem aumentado por falta de encomendas e os Amorins, trabalham na China a tuta e meia , já que, para aproveitarem a mão de obra barata trataram de fazer lá uma fábrica, prevendo-se, mais tempo, menos tempo, ao fecho das suas fabricas de Santa Maria da Feira.

Os industriais alertaram-se, entram em contacto com o governo para conversarem sobre o assunto e não obtém resposta, entram em contacto com todos os partidos políticos com assento parlamentar e recebem resposta igual à que deu o governo.

E isto meus caros, não são fábricas de têxteis com capitais estrangeiros que batem à sola para procurar mão de obra barata. São portugueses que fecham, que deixam centenas e centenas de trabalhadores na miséria e passam-se para os “olhos em bico”, para continuarem a enriquecer.

As exportações não aumentaram por este facto, pois sendo nós os produtores e fornecedores da cortiça já trabalhada tinhamos as encomendas asseguradas.

Todavia, os senhores comendadores continuam a receber condecorações pelos serviços prestados à nação, enquanto a escumalha, olha meios parvos meios tontos pela fome que passam e sem forças nas mãos para baterem umas palmas mesmo fingidas.