3.3.11

O Sábado Gordo


Corso carnavalesco nos anos 50. Na época presente pode ver-se igualzinho na Capital Caramela.

O carnaval aproxima-se do seu fim e o Zé folgazão, adorando esta época não podia deixar de recordar os carnavais no Coliseu dos Recreios.

No princípio dos anos cinquenta, o Zé e o seu amigo Albano, companheiro de várias aventuras, já vosso conhecido resolveram fardar-se a preceito e ir uma noite ao Coliseu dos Recreios, em Lisboa, ainda na altura, Capital do Império Luso.

Começamos por comprar um bilhete para “Geral Reservada”, o que quer dizer “bilhete de pontapé nas costas”, mas sob reserva sempre era outra coisa. Para entenderem, o Zé vai explicar. O Coliseu dos Recreios situado na Baixa de Lisboa, era e é, uma grande sala de espectáculos extremamente versátil. Ali podem ocorrer, sessões de cinema, teatro, circo, bailes, congressos, comícios; enfim, um não mais acabar de eventos. Desde plateia, poltronas, frisas, camarotes, “geral reservada” e culminando na “geral simples”, todas escalonados por andares e preços, sendo estes em pé no último piso e a “reservada” praticamente ao nível do rés do chão um pouco mais cara, mas de bancada, e daí o termo “Bilhete de pontapé nas costas”.

O seu interior era bonito e agora depois de recuperado mais bonito está. Todavia, no presente, os eventos que arrastam multidões resumem-se a uns grupos de 5 ou 6 moços a que chamam banda e que tocam instrumentos musicais que nos dão cabo dos tímpanos.

Na época de Carnaval o espectáculo era sempre circo. A malta sentava-se, assistia ao circo e nos intervalos uma orquestra animava os bailes, que decorriam na pista e nos inúmeros corredores dos vários pisos.

Para manter a ordem havia polícia por todo o lado, que dois dias antes tinham estreado farda nova. Acho até que toda a instituição estava orgulhosa pelo aparato que faziam e garbosamente ostentavam.

No sábado a anteceder o Domingo gordo, era a nossa grande noite, com o baile trapalhão.

Previamente preparamo-nos para o ataque ao Carnaval do Coliseu dos Recreios. Arranjamos uma caixa de cartão que tinha servido para empacotar uma telefonia da marca “Telefunkem”, fomos à mercearia de um comum amigo e fizemos o abastecimento para o bombardeamento do nosso Carnaval. (era habito na época, levar uns saquitos pequenos cheios de serradura, para atirar ás “donzelas”). Pedimos a um amigo tendeiro, 2 guarda-pós, que eram usados pelos droguistas e merceeiros, optando por uns que tivessem sido usados toda a semana. Eram duma beleza assustadora, acastanhados, marcas no peito fruto do merceeiro limpar ali as suas mãos, na barriga restos de sabão amarelo que ficavam quando com uma faca cortava as barras do dito.

Colocamos na caixa, 1 Kg de batatas pequenas já semi-podres, 3 litros de milho, 2 de feijão manteiga, uma dúzia de cebolas também já em estado de decomposição, uma dúzia de pacotes de 125 gramas com pó de sapato (pó muito fino e escuro que entra na composição da graxa, e se emprega no fabrico de lápis para desenho) e 8 sardinhas amarelas de barrica. Deixamos de parte uns ovos, porque ainda não tinham “Pinto” e tivemos medo que se partissem no caminho. Colocamos um cordel com varias voltas à caixa, um bocadito de trapo para não aleijar as mãos, e…

Fomos à Adega do meu progenitor e mascaramo-nos com fatos que nunca tinha servido para tal. Calças e casacos que pela época das vindimas serviam para os trabalhadores levarem as uvas aos lagares e cujo mosto os punha quando secos tesos como pau, e a terminar o chapéu onde na cabeça assentavam as selhas de madeira, igualmente cheios de mosto. Por cima da farpela vestimos os guarda-pós e às 20 e 30 horas, estávamos com o nosso farnel à porta do Coliseu esperando na bicha para entrarmos. Em correria apressada tratamos de arranjar um bom lugar, colocando a caixa debaixo das nossas pernas e acertando as miras dos canhões para o fogo serrado que se iria seguir.

Coliseu cheio, à pinha, de outra forma, como sardinha em lata. O espectáculo iria começar, os holofotes esperavam tremelicando a entrada dos artistas e nós em desassossego íamos esperando. Há hora prevista, tocaram as trombetas e o circo entra em movimento... Existem sempre fracções de tempo que tudo fica às escuras e era precisamente aí que os nossos canhões abriam a sessão de ataque.

Os primeiros acordes foram acompanhados com uma saraivada de batatas, lançadas para a direita e esquerda e quando as luzes acendiam novamente, tratávamos de aplaudir, batendo palmas a confirmar o sucesso da artista e das suas plumas em cima de um cavalo. Sentados apreciávamos os primeiros estragos. Um senhor limpava a banda do casaco, tentando descobrir de onde teria partido aquele obus; no lado contrário uma senhora tinha o seu carrapito em desalinho, e outro cavalheiro limpava as patilhas do cabelo, onde tinha aterrado uma pasta de batata depois de ter feito ricochete em qualquer lado. Para começar não estava mal, comentavam os francos atiradores. Trocamos impressões para acertar se continuávamos com “batatame” ou se alterávamos para cebola, de maneira a não deixar esturrar o refugado. A partir daí e enquanto não fosse esgotado este tipo de mantimentos mantínhamos esta maneira de atacar, fazendo uns ou outros salpicos de milho e feijão para distrair os inimigos. A coisa não corria mal e o nosso exercito quase inçava e desfraldava a bandeira vitoriosa, quando nos passou pela cabeça lançar uns petardos de efeito mais desastroso. Pegamos cada um num pacotinho de pó de sapato e achamos que o deveríamos primeiro picar com um alfinete, como na cozinha as nossas mães faziam aos chouriços, para quando chegassem ao seu destino, ao baterem desfazerem-se imediatamente. À falta de alfinete, fizemo-lo com um canivete, o que alterou imediatamente os seus efeitos. Em vez de buraquitos, ficaram uns “buracões” e portanto o alcance em distância já não era tanto, dado aquele material bélico ir a esvaziar pelo caminho. Através das luzes, víamos aquele pó finíssimo pairando no ar. As nossas mãos ficaram completamente pretas e portanto se fossemos apanhados dificilmente teríamos condições para negar que não éramos os agressores incógnitos. Nos arremessos imediatos, desfizemo-nos destes petardos e ao abrirem de novo as luzes da ribalta, sentíamo-nos seguros, colocamos as mãos nos bolsos para as esconder e apreciávamos a continuação do movimento carnavalesco, que diga-se estava no auge. O pior, meus amigos, é que deitando sacos de pó de sapato já rotos a eito e em força, houve o infeliz azar de pregar com um deles nos queixos de um polícia. Nós notamos um movimento desusado na força policial, não sabíamos é que a coisa seria tão preta. (aliás era bem visível nas trombas do agente da ordem e na sua farda, o preto do pó de sapato) Os olhos dos militares percorriam incessantemente pela “geral reservada” como se fossem holofotes de grande alcance a procurar aviões invasores prontos a despejar metralha sobre aquela população indefesa. Os nossos fatos despertavam atenção pela originalidade negativa e portanto os nossos corações começaram a bater numa cavalgada desenfreada. Somos caçados, dizia o Albano, calma, dizia eu, mas mais aflito ainda. Até que, prevendo que a coisa poderia ser mais torta, resolvemos ir aos corredores e aos “banheiros” deitar fora as sardinhas amarelas de barrica, na esperança de que com a continuação do espectáculo a policia se acalmasse.



A animação nos corredores e na pista, era assim.

Levanta-mo-nos e descemos a bancada, levando cada um, 4 peixes embrulhados em papel pardo. Ao passar pelo primeiro policia que encontramos o Albano é interceptado por um “bófia”. A minha cara deveria ter ficado da cor de um pimento vermelho e vi-me imediatamente dentro de uma cela, numa das esquadras desta cidade que amo. O Albano, além de todo o material que levávamos e como reforço, ainda tinha um saco enorme cheio de serradura, preso por um grande cordel, de forma a dar com ele na cabeça de alguém e puxava imediatamente pelo cordel para o recuperar.

(era como a história do Solnado, na guerra de 1908). Afinal para nossa tranquilidade, foi essa arma que o polícia apreendeu sem ver nem perguntar o que levávamos no embrulho onde estavam sardinhas a que o sal já tinha comido os olhos. Os urinóis dos homens, não era mais do que uns canos galvanizados a deitarem água para uma parede e onde cada “indígena” fazia as suas necessidades mictórias contra a referida. Aquela cena, também é digna de uma referência especial, já que, a multidão a “mijar” contra a parede, vistos por detrás pareciam os Judeus na Terra Santa no momento das suas orações, só lhes faltavam os rabichos. Fingindo que estávamos a vazar a “bexiga” atiramos junto á parede duas sardinhas por cima dos indivíduos que estavam ao nosso lado. Uma delas, fazendo um voo perfeito devia ter caído sobre uma mão que segurava o “penduricalho” enquanto fazia o seu “xixi”. Olá!!, disse alguém. Ora aqui está uma brincadeira bonita!!. A vontade de rir enchera as nossas bochechas. Pois meus amigos, dentro de pouco tempo, até na pista dos artistas caíram sardinhas e juro, não fomos nós que as atiramos.

O nosso stock já se limitava a milho e feijão, e sentíamo-nos receosos e talvez por receio, parecia-nos que a polícia nos tinha debaixo de olho. Num dos intervalos quisemos arranjar par para dançar. Mas quem dançava com mascarados com tão estranha indumentária e as mãos negras a lembrar um natural de S. Tomé e Príncipe?

Pelas 4 da manhã, saímos extenuados e já sem a caixa de cartão, caminhamos até ao Cais do Sodré, batendo o queixo com frio por falta de abafos que nos defendessem do mês de Fevereiro, para apanhar o primeiro barco da travessia do Tejo.

Moral desta história verídica. Em todas as épocas houve meninos bonzinhos que por isto ou aquilo, às vezes subiam-lhe a negra à cabeça e eram tão traquinas como os piores.

Espero encontrar o Albano num futuro próximo no além e que já esteja bem orientado para podermos iniciar novamente s nossas partidas carnavalescas.

42 comentários:

Pascoalita disse...

Fogoooooooooooo vocês eram fresco, eram!!! E eu que quando era menina, imaginava que na cidade os rapazes eram todos uns anjinhos eheheh

Aí pelo meio da década de 60, fazia eu cara feia achando as travessuras dos rapazolas da minha aldeia de muito mau gosto, quando as suas brincadeiras mais ousadas se resumiam a uns punhados de "formigas de asas" atirados às moças!

Minha nossa! Consigo imaginar a elite de então toda aparaltada no coliseu a ser metralhada com essas mistelas mal-cheirosas eheheh

Por falares no reencontro com o Albano, a ser verdade o que se consta, ele ainda deve estar a penitenciar-se das marotices e tu, que eras mais criativo nesse campo, muitas contas vais ter que prestar qdo chegares ao além e reencontrares as "vítimas" eheheh

jinho grande meu maroto

Je Vois La Vie en Vert disse...

xiiiiiiiiiiiiii ! Tenho que tomar cuidado na próxima vez que eu estiver contigo !

Beijinhos da

Verdinha

Kim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kim disse...

Oh Zé, tens cá um acervo de estórias para contar que nem te digo. Como diz a geração à rasca - FOGO!
Já te disse algumas vezes que teríamos feito uma bela parelha, na arte de bem animar toda a malta.
Quis o destino que a gente se encontrasse apenas no entardecer do juventude.
Grande abraço para ti amigo

Pascoalita disse...

Ganda folião! Aposto que andas ocupado aa preparar o traje para o Carnaval 2011 eheheh

Aquele ali em cima é o Marquês de Pombal? eheheh

Milu disse...

Actualmente já não aprecio o Carnaval embora ainda goste de ver cortejos, mas só porque por entre os mascarados, por vezes aparecem figuras que me fazem rir, como por exemplo, os homens vestidos de mulheres, às vezes a fazer de grávidas, como ficam muito ridículos fazem-me rir! :)
Mas em criança gostava muito do Carnaval. Lembro-me que costumava vestir umas calças velhas do meu pai, daquela ganga antiga e que colocava uma almofada no cu, para ficar com um corpo disforme, e completava a indumentária com um casaco já muito coçado. Calçava umas botas do meu pai, com as solas cheias de brochas e untadas de sebo, tapava a cabeça já não me lembro com quê e colocava na cara uma máscara de cara de velho e lá saía para a rua nestes preparos, muitas vezes sozinha e fora de horas, contudo, não corria qualquer risco, porque jamais alguém iria imaginar que ali, por debaixo daqueles trapos, andava uma menina. :)
E depois eram outros tempos! Mas estás a ver como eu já entendia como se pode andar na rua à vontade?! Toda a gente se afasta de maltrapilhos!!
Em contrapartida, o meu filho nunca gostou de se mascarar, porém, ontem, decidiu deixar que eu escolhesse como se deveria mascarar para o Carnaval da escola e não é que foi eleito o Rei do Carnaval 2011? Foi vestido à senhora, portanto, vestido de mulher, mas bem vestido, tudo a combinar!
Mas acerca de brincadeiras de Carnaval a única coisa que me ocorreu usar eram os peidos engarrafados, o meu irmão era danado pelas bombas, que são perigosas, até eu cheguei a atirar com uma ou outra para o meio da estrada, fazíamos assim quando sentíamos que podíamos assustar alguém, brincadeiras parvas!


Um beijinho

Maria disse...


Desde miúda que embirro com o carnaval.
Neste momento, em que o nosso País é um circo cheio de palhaços sem graça, ainda gosto menos.
Achei piada à tua história.
Beijinho
Maria

Magia da Inês disse...

É, Zé!...
Com você não tem jeito mesmo!!!
Amigo,
Agora, só alegria!...
Feliz Carnaval!!!
♫♫.•*¨*•♫♫¸
ღ°ºBrasil♫º
♥º

Zé do Cão disse...

Pascoalita

Frescos? Eu acho é que a malta era quentinha.
A juventude, a juventude. Fazem as coisas sem o mínimo de consciência.

biquinhos

Zé do Cão disse...

Verdinha

O Zé está calmo como a água do tanque de lavar a roupa em dia de frio com 0º.
Mas que naquela altura uma horas bem passadas na esquadra não faziam mal a ninguém.
Bjs

Zé do Cão disse...

Kim
Pelo que dizes, devias também ser fresco, devias.
é A Juventude.
Por isso nunca digo nada contra a juventude actual.
abraço

Zé do Cão disse...

Pasoalita

Qual quê, Marques de Pombal. O Rei, o rei D. JOSÉ.

biquinhos

Zé do Cão disse...

Milu
Eu era sossegadinho, não tenhas duvidas.
Certa vez mandei uma encomenda a um fulano que me "cheringava" pelo Carnaval, mas não chegou a receber.
O carteiro com certeza recusou-se.

Bjs

Zé do Cão disse...

Maria

Há la coisa melhor do que o Carnaval da Vida?

temo-lo todos os dias.

Bjs

Zé do Cão disse...

Magia

E por aí, não se brinca ao carnaval assim? ou é só Samba?

Bjs

Laura disse...

Jasus, eu nem acredito em tanta desgraça e coragem...e como o policia não vos pôs no xilindró...tanta porcaria e malandrice e lá porque era carnaval...a mãe Julia soube de alguma coisa? gostava de saber..mas os eu menino era lindo e ela perdoava tudo... Zé, eras impagável, acredita isso ajuda a ter vontade de viver, por siso ainda por cá andas, feliz da vida a ver se pregas mais algumas aos incautos.

beijinho da laura

Zé do Cão disse...

Qualquer dia prego-te uma partida a ti.
Estou a brincar, agora era incapaz.
Mas noutros tempos...Adeua Viola. olaré se era.

Bjs

Teté disse...

Que grandes mariolas! Então a malta toda janota e vocês a atirarem-lhes com legumes podres e pó de graxa? E os bolsos das vossas calças também devem ter ficado jeitosos, a esconderem lá as manitas "incriminadoras"... Mas tiveram sorte!

Curioso é como nessas coisas há sempre mais um a achar graça e toca de imitar. Só assim se compreende a sardinhada em palco! :)))

Agora se essas vítimas indefesas vos apanham no além, onde em princípio não há segredos, não sei se não vão aproveitar para a desforra... :D

Jinhos, Zé, e continuação de bom Carnaval!

Zé do Cão disse...

Já pensei nisso, já pensei nisso.
Naquela altura se me acontecesse a mim, ria a bom rir.
Todavia se fosse agora, ficava lixado e dizia que a malta nova não sabia brincar.

Beijos - Amiga

Pascoalita disse...

hummm e nestes dias que correm ... onde é o SAMBA?

Ou está a próxima marotice? E quem será a vítima desta feita?

Bom entrudo, nino


jinhos

Zé do Cão disse...

Pascoalita

Os Anjos dormem, se o tempo me deixar
irei até à Capital Caramela, comerei uma sande de "coiratos" beberei uma malga de tinto "palmelão" e regresso a casa feliz e contente, pois em vez de ver ums beldades nuas, arrepiadas como a pele das galinhas, vejo um carnaval autentico trapalhão bem portugues a fazer lembrar os tempos de então, com uma duzia de "zundapes" a fazerem um barulho e fumo infernal.
Enfim, um autentico carnaval de tesos. E afinal estamos ou não estamos tesos?
Biquinhos

Mariazita disse...

Querido amigo Zé
Com os teus antecedentes:))) estas peripécias não me espantam.
Lembra-me o que dizia uma senhora que conheci:
"Sonham-nas de noite p'ra as fazer de dia".
Nunca tive grande simpatia pelo carnaval; mesmo novinha limitava-me a ver os cortejos da varanda.

Acerca dos "cheiros" do teu comentário na minha «CASA» deixa-me contar-te um pequeno episódio por que passei:
Quamdo fui para Angola desci em Luanda e só no dia seguinte tive ligação ao avião, para continuar a viagem. Fiquei em casa dum casal amigo que morava lá, e me acompanhou ao correio para mandar telegrama ao meu marido a avisá-lo de que só chegaria no dia seguinte.
Até hoje recordo o cheiro insuportável quando entrei no correio!
Com o tempo a coisa melhora um pouco, habituamo-nos, até certo ponto, mas no primeiro contacto é de fugir!!!

Boa semana. Beijinhos

laura disse...

Ena as Zundap as motorizadas dos ninos lá do meu bairro em Luanda,a quilo é que era acelerar....que recordação.

Passa no resteas para veres a minha sementinha.

beijinhos

laura

Maria Soledade disse...

Oh Zé, que pena eu no início dos anos 50 ser aínda uma bebé senão acredita que alinhava nessas maroteiras.Sim, maroteiras porque nada de mau vinha ao mundo com as partidinhas inocentes da época.Eu gostava muito do carnaval(hoje detesto),e, mesmo na casa da minha Mãe(único sítio permitido para festas), eu só fazia partidas e...das boas!! Não metia polícia é certo, mas acabava a festa sempre com o corpo quente se bem me entendes...

A pior que fiz(já no 3º ou 4º ano do liceu),foi encher uma cadeira de peidinhos engarrafados(o tampo estava estragado), simplesmente porque DETESTAVA a professora(português) que era má comás cobras!!Quando ela se sentou o cheiro era nauseabundo e eu com a maior cara de santa, levantei-me e disse:Setôra, vai desculpar-me mas o cheiro aqui na sala está insuportável.Dá-me licença que abra uma janela?Jovens(era sempre assim que ela tratava os alunos),vão para a biblioteca porque é impossível dar-se aulas com este(fe) odor!! E vai daí foi uma borga das maiores na "sala de estudo" porque a biblioteca estava cheia!Ninguém se atreveu a acusar-me(embora todas soubessem que tinha sido eu)porque senão a Soledade no recreio fazias pagar caro e elas conheciam-me bem...Era sossegadita mas adorava partidas.Aliás aínda hoje gosto...Um dia quem sabe,nos conheçamos e eu te pregue alguma,sabendo claro que do Zé só posso levar o troco a... dobrar...

Ah, fartei-me de rir,com tanta "patifaria" afinal tão própria da juventude...

Brigada por este bocadinho....Assim se esquecem as verdadeiras partidas da...VIDA!!!!

Beijinhos Grandes e continua...a juventude não tem idade...

armalu,blogspot.com disse...

Só tu!!! amigo eras fresquinho para assar. Eu adoro todas estas historias porque embora seja da vossa geração, e tive o azar de nascer mulher, fiquei tramada, pois meu pai tinha medo que o vento lhe levasse a rica prenda, que sou eu, Nunca me deixava sair.
Mas depois vinguei-me e tirei barriguinha de miséria, Resto de boa semana

Zé do Cão disse...

Mariazita o Carnaval no Coliseu era de arrimba ó malho.
Digo-te com fizemos um sucesso. Mas se tivesse dado para o torto tinhamos que pagar farda nova ao policia. É que aquele pó onde caia já não sai. e se lavar fica um espectáculo. Quanto ao pivete, coitados eles não têm culpa.

Beijitos

Zé do Cão disse...

Laurinha, lembras-te das Zundapes?
Também tive uma, era preciso era fazer barulho. No Carnaval Caramelo elas lá estão sempre a fumegar no meio da multidão.

Jinhos, minhas querida

Zé do Cão disse...

Maria da Soledade.
Naquelas épocas, e especialmente no Coliseu as brincadeiras carnavalescas entravam no abuso, Não lembrava ao diabo atirar batatas e cebolas à balda, e muito menos sardinhas. Não lembro quanto custaram, mas era coisa cara.
Enfim, tempo que não volta, mas de que tenho saudades.

abraço

Zé do Cão disse...

armalu

Há outros tantos contos que não posso contar, mas que se desse asas à "lembradura", fazia cá um sucesso.
Eu e o meu companheiro uma vez fomos pelo carnaval de comboio a Evora. Penduramos com um cordel dentro da carruagem um penico, já com muito falta de esmalte e lá dentro colocamos "fezes humanos" mas de carnaval. Quando veio o revisor, o assunto deu um estoiro que estavamos a ver que tinhamos de sair do comboio em andamento. O Albano, meu companheiro de sempre acusou uma velhota já surda de ter sido a autora da brincadeira. Não creio que tivessem engolida a "petranha". Bj
e hoje queima-se o judas

Parisiense disse...

Será do nome....os Zés serão todos assim????hahahah

Não, tu não deixaste por mãos alheias o que podias fazer tu proprio....

Quantas historias e cada uma melhor que a outra.....vá continua a recordar belos tempos.

Beijionhos

Zé do Cão disse...

Parisiense

Minha amiga, quando comentava com a Mãe Julia, ela dizia-me sempre assim.
Disparates. A quem sais tu rapaz. O teu pai nunca foi assim, o teu irmão também não.Se te agarrassem pelos colarinhos, os que fazias?
Prometia-lhe que nunca mais me metia em aventuras. Mas era impossível resistir...
beijokitas ao Carnaval de Arouca

São disse...

rrrsss rrsss rrss

Mas será que não pensavam senão em pregar partidas?

Um abraço, querido amigo meu.

Zé do Cão disse...

São

Aproveita bem essas férias de aproximação da Primavera.
Que venhas com o coração cheio de felicidades.
abraço

Anónimo disse...

Se eu não conhecesse esta aventura e do que tu e o Albano eram capazes, diria que não era verdadeira.
E deixas-te para trás muito uva por espremer.

Vê, mas é se apareces, porque agora calha-te a ti pagar o almoço.

M. Mário

JOY disse...

Amigo Zé do Cão,

Apesar de eu não ser um grande apreciador do Carnaval, não pude de deixae de rir com esta sua história.

Um abraço
Joy

Zé do Cão disse...

Manuel Mário

Estou um pouco em Baixo (doente), assim que estiver reparado, telefono-te e vamos a um bom repasto e um bom vinho.
O em abraço

Zé do Cão disse...

Joy

Eu agora tão vou rindo, mas naquela altura se a bofia nos pegava, vinhamos bem malhados e com a ficha a vermelho.
Mas a malta quando é nova, nem dá por nada.Segue em Frente e Fé em Deus.

o me abraço

Anónimo disse...

Bolas!!

Ainda não achas tempo?
Estás a relaxar-te!.
abraço

Céu Arder disse...



Li teu relato e me senti "em pleno palco" daquilo que contaste. E ri muito!

Pelo que li,
a juventude é sempre a mesma, em qualquer lugar do mundo.

Parabenizo-te, pois a maneira de dizer é algo que prende a curiosidade...
Muito bom!


Céu Arder

Céu Arder disse...


Amigo Zé

Quando leio o que escreves, lembro-me de meu saudoso pai (Júlio Caldas, português de Viana do Castelo.
Ele tinha ímpetos de colocar graça nas coisas que dizia, mesmo que não tivesse a intenção...

Vim, também, agradecer-te pela pronta atenção em meu blog.

Sabes...
quando vi teu "avatar", um cãozinho faceiro, percebi logo que se tratava de pessoa de boa índole. Só os bons de coração gostam de animais!

Abraço forte
deste Brasil!

Zé do Cão disse...

Céu Arder

Abraço

Anónimo disse...

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