14.3.08

Almoço em Férias da Páscoa

(Este cabaz é igual ao que era usado na época, para levar o almoço aos empregados fabris. Fotografia tirada recentemente num mercado mensal)


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Em 1943, tinha eu doze anos e frequentava uma Escola Comercial em Lisboa. Os tempos eram difíceis, já que estávamos em plena Guerra Mundial e com a ameaça de invasão da Península Ibérica pelos alemães.
A maioria das indústrias trabalhava somente 3, 4 dias por semana, em virtude da falta de encomendas.
Se hoje a vida está mal, naquele tempo não estaria melhor e tenho dificuldades em fazer termos de comparação. Não havia televisão e a rádio funcionava algumas horas por dia.
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Meu pai, possuidor de adega e quinta, dedicava-se ao comércio de vinhos, acumulando com o meu irmão, 5 anos mais velho do que eu, a profissão de corticeiro, onde era encarregado.
Naquele tempo, as donas de casa, eternas castigadas, viam-se e desejavam-se a executar as mais variadas receitas de cozinha, que nunca foram publicadas em qualquer livro de culinária. A imaginação teria que ser fértil, pois sem dinheiro e sem produtos para comprar, pois praticamente todos eles eram fruto de racionamento, podendo só ser adquiridos através de senhas fornecidas pela Junta de Freguesia local.
Da nossa casa ao local da fábrica distava 3 Km que os meus faziam de bicicleta, mas havia trabalhadores que calcorreavam 20x2 Km a pé, todos os dias para entrarem ás 8 horas e saírem ás 17 de Segunda-feira a Sábado. E isto com todo o respeito que tenho pelos transmontanos, não era em Trás-os-Montes, era aqui a vermos Lisboa do outro lado do Tejo.
Mas na miséria e nas dificuldades também se acham motivos de alguma felicidade e o Zé, pelo menos 2 vezes por ano, vestia o seu melhor fatinho e com os seus progenitores e irmão ia a Lisboa ver teatro de revista, comia no João do Grão na rua dos Correeiros (ainda hoje lá vou e que bem que se come) e a extravagância era assunto de conversa para 3-4 meses, entre os amigos.
Junto à fábrica existiam umas cocheiras propriedade daquela, já que o transporte da cortiça se fazia em carros puxados por mulas. O movimento nas cocheiras era compatível com o movimento na fábrica e à entrada daquelas havia sempre os resíduos dos “escapes” das muares, que digo em abono da verdade não era tão pouco como isso.
Os trabalhadores corticeiros dispunham de 1 hora para almoço e portanto só os que residiam a menos de 1,5Km tinham possibilidades de ir comer a casa. Nesta conformidade, uns levavam o petisco e outros, mais afortunados, contratavam uns miúdos que a troco de $50 (ao valor actual 0,0025 €) por semana, o levavam à fabrica, neste caso feito em casa durante a manhã e portanto ainda quente. Não fazem ideia de quantos miúdos das povoações próximas transportavam os almoços de trabalhadores daquela fábrica, enfiando os cabazes de verga num pau, sobre o ombro, como se vê em imagens da China.
No período de férias, era a mim que me calhava levar o almoço ao pai e irmão, num cabaz de verga onde como segurança se metia um pauzinho para não abrir.
Há uma altura na vida em que julgamos saber de tudo e pobres de nós que afinal andamos sempre a aprender. Recordo que fiz ver à minha mãe que, pelo facto de já ter 12 anos, não era criança e portanto não era necessário colocar o tal pauzinho de segurança, porquanto eu não o deixaria abrir ou cair. Ela, experiente, sem fazer caso da minha conversa, além do pauzinho ainda teve o cuidado de, como reforço, atar um cordel às asas. Claro que ao aperceber-me disto, assim que dei corda às alpargatas e na primeira curva do caminho, portanto já longe das suas vistas, desatei o cordel, retirei o pau e com a altivez de teimoso segui o meu caminho, orgulhoso do meu feito, para na volta confessar à mãe Júlia que eu tinha razão (tinha tirado o pau e o cordel e que nada aconteceu ao cabaz e consequentemente aos almoços).
O percurso tinha sido feito perfeitamente normal, tudo estava a correr conforme os meus desejos até que quando passei pelas cocheiras já atrás referidas, o filho da mãe que usa uma forquilha, veste de vermelho e tem cornos, fez com que tendo a mão já dormente, uma das asas do cabaz saltou e entornou ali em plena estrada, e por cima dos excrementos das muares, o recipiente com ovos mexidos e rodelas de chouriço, mais a panela da sopa de feijão. O meu orgulho cai por terra, o homem que julgava já ser volta à realidade e não sabe o que fazer. E o toque do búzio do meio-dia aproximava-se vertiginosamente. Então, num rasgo de audácia, com as duas mão faço uma conchinha e começo a apanhar e a colocar no prato, os ovos e as rodelas do chouriço, misturados com as palhinhas que já tinham passado pelo estômago e intestinos dos “alimais”.
Quando acabei, olhei para aquilo e cheguei à conclusão que nenhum cozinheiro de qualquer restaurante de luxo de Bruxelas, New York ou Paris, faria melhor do que eu. Coloquei a panela dentro do cabaz, o prato por cima, para se manter à temperatura ideal, limpei os jornais velhos que a envolviam, dei um toque de aprumo, pus o pauzinho, atei o cordel e lá segui o resto do caminho, a pensar como é que aquilo ia acabar.
Entrei no refeitório, arriei o material e contra o hábito, passei-me cá para fora frente à fábrica onde diariamente se juntava um batalhão de vendedores de frutas, que as transportavam em carroças (eram os automóveis da época).
Andava por ali, feito pardalito tonto à espera que o meu pai e meu irmão voltassem para o trabalho, para ir buscar o cabaz e trazê-lo de volta.
Pouco depois, vejo meu irmão sair, aproximo-me e ele diz assim: Vai lá, vai, que o pai obriga-te a comer o almoço que lá deixaste. Nem sei como me aguentei nas pernas, deu-me vontade de fugir mas perdi as forças, o meu coração batia desordenadamente e segui atrás dele. Ele, coitado, sem notas nem trocos nos bolsos, dirigiu-se a um homem que habitualmente vendia frutas por ali, pergunta-lhe se lhe fiava 2 maçãs e 2 laranjas até ao dia seguinte.
Como resposta, o homem chicoteia o animal e dizendo arre macho, seguiu.
Ficou gorada naquela ocasião a oportunidade de meterem qualquer coisa no bucho.
O remorso de os saber sem almoço doeu mais que os tabefes oportunos que me estavam reservados à chegada a casa e que ainda hoje não sei porque me foram perdoados.

106 comentários:

fotógrafa disse...

No dia mundial da poesia...aqui fica,

de PABLO NERUDA - 20 POEMAS DE AMOR E UMA CANÇÃO DESESPERADA

Gosto quando te calas porque estás como ausente
e me escutas de longe; minha voz não te toca.
É como se tivessem esses teus olhos voado,
como se houvesse um beijo lacrado a tua boca.
Como as coisas estão repletas de minha alma,
repleta de minha alma, das coisas te irradias.
Borboleta de sonho, és igual à minha alma,
e te assemelhas à palavra melancolia.
Gosto quando te calas e estás como distante.
Como se te queixasses, borboleta em arrulho.
E me escutas de longe. Minha voz não te alcança.
Deixa-me que me cale com teu silêncio puro.
Deixa-me que te fale também com. teu silêncio
claro qual uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão remoto e singelo.
Gosto quando te calas porque estás como ausente.
Distante e triste como se tivesses morrido.
Uma palavra então e um s6 sorriso bastam.
E estou alegre, alegre por não ter sido isso

Bom fds
abraço

Capitão Merda disse...

Zé:
Bem que tinhas merecido os tais tabefes!
;)

Bom fim de semana, amigo!

JOY disse...

Amigo Zé do Cão

È um facto que raio quando ainda petizes temos a mania que já sabemos tudo, á conta dessa mania fui também brindado pelos meus pais com uns valentes tabefes.
É sempre um prazer lêr estas suas histórias.

Um abraço
Joy

Olá!! disse...

Querido Zé, mais uma história deliciosa, que li de fio a pavio, duas vezes e acredita que, apesar do sorriso nos lábios, me comoveu...
Acredito que foi o facto de teres uns pais assim que fizeram de ti uma pessoa tão especial.
Obrigada por partilhares a tua vida, tão cheia, connosco.
Beijo grandeeeeeeeeeee e bom fim de semana

Vitor disse...

como sempre bem "encantado"
Foste perdoado...isso é que interessa...
olha e já agora sabes como se mata "uma elefanta" amarela ?
Torces o pescoço até ela ficar roxa... e depois dás-lhe com uma garrafa de moscatel roxo na cabeça...

rsrsrsrsrsrs
Obrigado, abraço e bom fim de semana

Darshany L. disse...

Ei, vim retribuir a visita ao meu blog =)

Vocês portugueses escrevem muito bonito =)

Beijos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé do Cão
Comoveu-me este relato.Mas que tu merecias um valente puxão de orelhas lá isso merecias. Não por teres deixado cair o almoço mas por o teres apanhado naquelas circunstâncias.

Em comemoração do dia da poesia deixo-te este belo poema de Eugénio de Andrade:

Tudo me prende à terra onde me dei
O rio subitamente adolescente,
A luz tropeçando nas esquinas,
As areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor
Que há em saber que a vida pouco dura
E nela ponho a esperança e o calor
Duns dedos com restos de ternura.

Dizem que há outros céus e outras luas
E outros olhos densos de alegria
Mas eu sou destas casas, destas ruas,
Deste amor a escorrer melancolia.

Beijinhos

M disse...

Adoro as tuas histórias... a minha mãe também é uma contadora de histórias talentosa, e claro que com a minha provecta idade (shame on me :p) a mamã já não me conta histórias como antes... mas guardo umas muito giras, como a do Joaquim Mais Nada, e as batas que se usavam na primária e cujo tecido era tão fino, que se rasgava sempre que jogavam à apanhada!
Ler o teu blog é uma lufada de ar fresco, obrigado! :)
Beijinhos e bom fim-de-semana!

ALeite disse...

São "estórias" que ficam. Abração e bom FdS.

Moyle disse...

é lixada a mania de sabermos tudo quando somos putos. mas vá lá, foram perdoados os tabefes que, como estavam mais que previstos e antecipados, embora não tenham caído no toutiço tiveram o mesmo efeito que se tivessem sido apanhados.

Templo do Giraldo disse...

Boas noites.

Mais uma das muitas aventuras protagonizadas por o sr. zé do cão e que história.

Este homem está sempre ao seu melhor nivel e depois tem uma capacidade imaginativa espantosa, o que faz com que dê um toque as suas peripécias. Sim senhor.

Ta registado carissimo.

Um abraço fraterno.

Anónimo disse...

Que bonito!!
Adorei esta história.
Os remorsos que iluminavam a sua façe, foram tabefes merecidos que chegasem para seus pais. Foi uma grande lição para o sabichão na altura. Beijinhos :)

Anónimo disse...

Não levaste os tais tabefes pq "apanhaste pra MARMITA" TUDO COM APRUMO,,ora...

Meu contributo pelo dia da poesia.um poema de Mª Teresa Horta:

PAIXÃO
Confundo os teus
olhos
no meio do pranto
Como se o mar tivesse subitamente
subido
à tua face!!!
(imaginando as vitaminas no "buxo" do ZÈ se tivesse enfardado o lauto almoço...)
Um abraço;pandorabox

Robin Hood disse...

Zé do Cão
Gosto de ti, das tuas histórias e deste blogue à maneira.

Ainda bem que não te vi fazer uma acção tão feia.

Um acidente acontece mas deve-se confessar a verdade.
Abraço

Gata Verde disse...

Por vezes uma atitude como a do teu pai doi mais do que uma palmada. Assim, cresces-te!

Beijocas(adorei a tua história de vida)

Zé do Cão disse...

Fotografa, obrigada pela poesia do Neruda.
Desculpa-me do almoço não estar a "gusto", mas safei-me de boa.

Zé do Cão disse...

Meu capitão.

Acho que sim, acho que sim.
Só uns tabefes não, um ensaio deles.

A miudagem é lixada, e entrei em panico, aos ver os ovos mechidos com choriço em cima das "castanhas".
Nunca mais fui destacado para aquele serviço.

Zé do Cão disse...

Amigo Joy, em primeiro lugar deixa de tratar o Zé por você, porque além de não me soar bem ao ouvido, eu não sou assim tão velhadas. Acaso não temos os mesmos 12 anos?
o meu irmão é mais velho do que 5 anos, ainda trabalha a sério e eu mostrei-lhe o conto antes de o publicar. Desatou a rir e a chorar, ficando eu sem saber se por saudades da situação cómica se por não me ter dado dois murros.
Um grande abraço e volta porque gosto de te ver por cá.

Zé do Cão disse...

Olá!! Depois dum almoço deste, vai seguir-se um "Pato com Estuque".
A minha história, ficou na história da minha família. Mas se eu tivesse recebido uma valentes lambadas (se calhar era logo nessa altura que ela seria inventada), porque eu dançava a toque da lambada, mesmo sem a presença de musicos. Era assim mais ou menos a mesma coisa que "Lambada à Capela" .
Um jinho.

Zé do Cão disse...

Vsuzano. Escapei e de outras também escapei.
Ao menino e ao borracho, Deus põe a mão por baixo.
Safei-me
Um abraço, amigo

Zé do Cão disse...

Ai, Silencio Culpado
Realmente, fiquei tão assustado, derrotado mesmo que nem sequer pensei no que estava a fazer.
Também nunca soube, o que o meu Pai teria pensado quando abriu o cabaz e viu o espectáculo.
Eu estou a escrever, mas estou a rir.
Eu faço todos os anos férias com o meu irmão e sua mulher e então quando vamos ver ou comprar qualquer coisa que é cara, eu digo sempre ARRE MACHO. Desatamos todos a rir e o meu Pai quando era vivo até chorava.
Um bj. Silencio, sei que sou maroto, mas não tenho culpa Deus fez-me assim.

Zé do Cão disse...

medusasss. Sim, era isso mesmo. A maltinha ía toda de batinha branca, à segunda-feira, porque à terça já não era branca.
As carteias tinha um tinteiro de loiça encastrado na madeira. Eu quando não sabia escrever uma palavra, apanhava moscas metia-as na tinteiro e depois fazia borrões com a mosca morta que era para a professora não dar por isso.
Um dia houve outro que fez a mesma coisa e a prof. chamou-lhe a atenção para o factyo de ele me estar a copiar com as moscas.
Belos, belos tempos, querida.
Saudações à mamã e para ti bj.

Zé do Cão disse...

Popper e Moyle
São facetas lindissimas, quando feitas por inocentes. Vi-me atrapalhado, não sabia que fazer e tudo por ser teimoso.
Quando o meu Pai chegou a casa eu tremia que nem canas num canavial.
Escapei de boa, aliás, nem me recordo de alguma vez levado coça.
Um abraço, bons amigos

Zé do Cão disse...

Templo do Giraldo

Obrigado, mas a rapaziada
é danada. São tão bons os de agora como os de antigamente. Os tempos é que eram outros.

Um grande abraço

Zé do Cão disse...

Capriccio, Lição se foi e que lição.

Andei ali uns dias, que eatavampre há espera, É agora? Nada. É agora? Nada.
E assim escapei, mas safei-me...
Tinha bons Pais, no fundo família amorosa.
Obrigado pelas palavras bonitas
Um bj.

E o tratamento, terá que pasar a ser por tu. Tá bem? bj.

Zé do Cão disse...

Cá estou eu, a falar com a minha Caixinha de Surpresas.
O meu muito obrigado pelo poema. Mas naquela altura não haveria poema que me desse alegria. O dia estava radioso, mas ficou imediatamente com nuvens negras. Quando peguei no cabaz para seguir em direcção ao refeitório da fábrica, os pés pesavam como chumbo. Era o cadafalso que se aproximava a cada passo que dava.
Enfim, tudo bem quando acaba em bem. E não deixei de ir na mesma ao Parque Mayer e comer no João do Grau, na rua dos Correeiros.
Só nunca mais fui recrutada para levar o almoço.
Lá prá semana terás "Pato com estuque" .
Um bj. querida amiga Pandorabox

Zé do Cão disse...

Robin Hood, defensor das boas causas.
O levar o almoço era uma boa causa, depois apareceu o "diabo", entrei em panico, o medo atrofiou os sentidos e catrapus. Foi o que se viu.

Eu tinha era uns Pais, encatadores, e amigos.
Um abraço para ti

Zé do Cão disse...

Minha Gatinha Verde.
É bom ler as tuas palavras.
Reconheço que merecia ums boas arruchadas naquela altura.
Mas também sei que a atrapalhação em tentar resolver o problema, deu naquela "trampa".
No fundo são coisas de crianças, não muito vulgar é certo, mas quem é que agora vai levar o almoço ao Pai?
Arre Macho, ficou no gôto até hoje.
Um bj. grande

Anónimo disse...

O curioso,é q dou comigo a fazer "paralelos" e sabes tu q esta "moçoila" teve algumas bem á meneira,por exemplo uma altura dei semelhente coçelo a uma freira,por ela ter sido injusta(ainda hoje,azedo com a injustiça) q o meu Pai teve uma Odisseia das grandes para me arranjar outro Colégio, a minha caderneta escolar estava borradissima.....bem,mas estou cá ......

Tem uma boa semana Amigo!

Um abraço:pandorabox

SILÊNCIO CULPADO disse...


Desse almoço não dá para tirar um bocadinho. Deixaste-o cair num sítio muito mau. Ainda se fosse um copito duma jerupiga divinal que um amigo me enviou e eu bebi nos anos do meu neto (fez 2 no sábado!..).

Ah! Zé, há coisas boas neste mundo e a amizade é, sem dúvida, das melhores.
Um abraço

Zé do Cão disse...

Pandora, é verdade, "moçoila"? De espirito sim, acredito.
Realmente, quando miudos, não sei se te conte se te diga.
Mas foi uma coisa maravilhosa, ser criança? Os sonhos as ilusões (agora desilusões).
Com quw então tinhas a caderneta borradissima. Com moscas, como eu fazia?
Um beijão

Zé do Cão disse...

Silencio.
Sempre fui um bocado teimoso. Mas entrei em perfeito parafuso ao ver a comidinha feito com tanto gosto pela mãe Julia (adorada mãe-analfabeta), que, Silencio, quando tinha 7 anitos vendia queijinhos frescos no porta a porta e os ía buscar aí uns 7/8Km de madrugada a pé, sózinha por azinhagas
A vida era muito, muito dura, antigamente. Mas voltado ao almoço, a minha atrapalhação foi tanta, que deu no que deu.
Os netos do meu irmão, nem queriam acreditar e foram perguntar ao avô se tinha sido verdade. Este conto já estava escrito pelo Natal e pensei varias vezes se havia de o atirar para a net.
Finalmente achei que sim. Dramático e humoristico, foi verdade porque não dar a conhece-lo?
Sobre a Jurupiga, estou contente por também estar presente nos anos do netinho.
Eu que diga, que tenho amigos, amigos. Mas em Novembro 2006, perdi
o melhor de todos,aquele cuja sintonia era de 100% e que já aqui foi lembrado com o meu conto "O Celular".
Beijinhos

kuka disse...

Amigo Zé. Recordo com muita nostalgia as galeras, na Cova da Piedade, carregadas de cortiça e puxadas por 2 ou 3 parelhas de cavalos com umas patas gigantescas e a que´os miudos chamavam "lanzões". A vida era dificil mas tenho saudades.

Paula Carolinny disse...

ahhh que legal, nao sabia dessa historia toda.

bju

Zé do Cão disse...

Meu amigo Kuka, a vida era dificil e
ás vezes bem complicada. Vê lá na complicação em que me meti.
Um prato destes, nem todos os cozinheiros o sabem fazer.
Um abraço, meu amigo

Zé do Cão disse...

.linny, já só faltam 10. Não é?
Bj pela tua comparencia.

Templo do Giraldo disse...

Boas noites.

Passei aqui para te saudar e deixar um grande abraço.

O templo esta de olho no zé do cão:)

Um abraço fraterno.

Anónimo disse...

Ah,,ñ não com moscas não,nos colegios era uma especie de curriculum q passava de estabelecimento para estabelecimento,,,um horror...

Tb ñ...realmente ñ tive uma infância de LUZ,mas sempre tive um condão especial de contornar os meus infernos antidoto sempre a alegria de viver(berço de ouro poucoa afectos).....nada de tragédia,divertia-me à minha maneira)

rsrrrsrs..pandora

Templo do Giraldo disse...

tens de me dar o tue mail amigo

tens msn?

Um abraço do templo.

Zé do Cão disse...

No meu tempo de menino, havia os abastados, que tinham bens e os tesos que não tinha nada. Mas dinheiro não tinha ninguém. Esse era contado, tusto a tusto. Mas era um tempo giro com encantos. Está na lista de espera,"Caracois ao som de Mozart", que garanto-te será um espectáculo.
E toma atenção, a teu pedido, vem aí o Baptista, depois do "Pato com Estuque"
Bij. minha querida

Zé do Cão disse...

Templo, se procurares achas, já to dei.
Um abraço e cuida-me bem dessa Cidade.

Olá!! disse...

Zé,
O Pai Vitorino (meu sogro) partiu quando ia para a missa, foi abalrroado às 7:30 da manhã, por um carro conduzido por um jovem de 18 anos que ia acompanhado por uma adolescente de 15.
Diz ele que adormeceu.
A menina vai ficar presa a uma cadeira de rodas o resto da vida.
Onde anda a consciência das pessoas...
Beijo grande...

Zé do Cão disse...

Lamento profundamente a morte de teu sogro, tal como lamento o acidente.
Pobre moça que no inicio e na esperança de vida, morreu para ela.
Ontem circulava à minha frente um carro de uma escola de condução que tinha um anuncio, mais ou menos assim. Já tens 16 anos? Sabes que já podes tirar a carta de condução?
Já tenho debatido alguns remedios para uma circulação mais eficaz e que reduzia os acidentes, mas os senhores "mandões" não aceitam nunca sugestões, porque eles é que sabem.
1º . Carta de condução a partir dos 18 anos.
2º . A partir dos 75 anos (desde que não houvessem outros impedimentos), os condutores seriam proibidos de circular a partir do sol posto.

mjf disse...

Olá1
Malandreco...
Hoje passei por aqui para lhe desejar uma pascoa cheia de coisinhas doces...

Beijocas

ps- gostei do seu post

fotógrafa disse...

Uma Páscoa Feliz, com muitas coisas doces e com algum..sol
abraço

Zé do Cão disse...

mjf :- Sabe que a admiro. Fiquei extremamente feliz por ter passado por aqui.
Muitas, muitas amendoas para os seus rebentos.E que o trabalho lhe dê
a realização que deseja, são os meus votos.
Mesmo sabendo que a coisa está torta.
Pascoa feliz.

Zé do Cão disse...

fotografa
Minha amiga, quando chove fico com o coração apertado. É que já tive 4 inundações no prazo de um ano e a solução não se adivinha rápidamente.
Portanto, muito, muito sol e que as amendoas que tenham amendoas mesmo.

Um Bj,

Templo do Giraldo disse...

Passei por aqui para te desejar uma boa pascoa ccom conforto e harmonia. O templo continua atento ao teu espaço.

Vou ver se o vou proucurar o teu mail.

Um abraço fraterno.

Capitão Merda disse...

Boa Páscoa, Zé!
E não entornes o almoço...

Abraço

Zé do Cão disse...

Templo.
sargentonoactivo@yahoo.com



Capitão.
Obrigado, vou ter cuidado e Arre macho

Olá!! disse...

Boa Páscoa Zé, muita paz e harmonia.
Beijosssssssssssss

Templo do Giraldo disse...

Caro amigo venho aqui deixar-te um grande abraço e desejar-te uma santa pascoa dentro dos possiveis junto dos teus. O templo vai viajar mas promete estar atento.

Um abraço fraterno.

Isabel Filipe disse...

as histórias que contas ... as tuas vivências ... são maravilhosas ...

porque não te castigaram?

acho que não era preciso ... não? imagino como não te terás sentido sabendo que o teu pai e irmão ficaram esse dia sem almoço ...


beijinhos e uma Santa e Feliz Páscoa para ti

Gata Verde disse...

Uma Páscoa muito feliz!!

Beijinhos

Zé do Cão disse...

Olá
Já te vejo a gesticular com a faca, estás melhor.
Igualmente e obrigado. Zé

Zé do Cão disse...

Isabel-f
Todos nós temos vivencias inesqueciveis. Uns tem coragem de as contar e outros não. Na realidade eu tenho tantas, que ás vezes até chego a pensar com os meus botões. Pára Zé, Pára.
Aqui no nosso cantinho da vila que não é Concelho, porque dá muita massa à Cidade de.., só é pena haver inundações com frequencia. Não concorda.
Santa Pascoa....
Muitas amendoas
que o folar não falte na mesa
do Zé com amizade.

Zé do Cão disse...

Minha gatinha verde, o meu muito obrigado

Santa Pascoa e que o compasso te visita, com sinetas e foguetório.
Amendoas a rodos
e um folar fresquinho.
Bj.

Anónimo disse...

Ò zÉ,,,DÁ POR MIM um folar à tua companheira,tipo um abraço de "afagos" pq acredito piamente q por trás de um bom homem, existe uma Mulher estupenda..,,pois ñ é vedade q quem é BEM tratado...trata BEM!!????

(AH---a minha vitória manda uma "lambidela" ao teu canito)

para ti(bom amigo) uma "amêndoa" de sentires...pandorabox

SILÊNCIO CULPADO disse...

ZÉ DO CÃO
Meu querido amigo, venho desejar-te a Páscoa que tu mereces, cheia de felicidade, amor e alegria.

Beijinhos

Zé do Cão disse...

Pandorabox.
Tiro certeira, mesmo na muge. Fiquei extremamente sensibilizado pela tua lembraça. É tal como dizes, uma MULHER ESTUPENDA. Chamei-a para ler, deu um sorriso e disse que eu conheço gente amorosa. O meu obrigado e muitas, muitas amendoas. Bj.
SILENCIO SEM CULPA, do coração, felecidade amor e alegria, tenho-o a rodos como sabes pois já to disse.
É saboroso receber os amigos, mesmo virtual, mas eu sei que é mais do que isso.
Quem me dera ter 2 anos e poder brincar com o teu netinho. E não precisava de saber o que sei hoje; saber tanto como ele.

Zé do Cão disse...

Silencio culpado
Falhou-me, os bj.

O senil, anda aqui às voltas e volta não volta prega umas partidas.

Anónimo disse...

Ao contrário do que escreveu João de Deus. "a vida é o dia de hoje, a vida é ai que mal soa, a vida é sombra que foje, a vida é nuvem que voa" eu acho que a vida é o dia de ontem com todo o acréscimo de experiência, que permite recordar tantas histórias deliciosas e projectando no presente e futuro essa experiência. Este Zé é um caso raro de alegria de viver, de simpatia, de saudável loucura.
Um abraço para ti

JOY disse...

Amigo Zé do cão

Passei para lhe desejar uma boa Páscoa.

Um abraço
Joy

Zé do Cão disse...

Meu caro Jorge. Estou reconhecido pelas tuas palavras. Em vespera de Pascoa sinceramente que belas amendoas recebo do Algarve.
Já agora, na próxima sexta-feira tenho "O Pato e o Estuque" local do incidente : Faro : Passa por cá :
Um grande abraço Jorge, que tenhas uma Páscoa felicissima em companhia dos teus.

Zé do Cão disse...

Joy, não faças o rapaz mais velho do que é. Trata-o por tu. É assim que ele se sente bem.

Para mim não existem amigos virtuais, para mim existem amigos e tu és um amigo.

Joy, que a Páscoa te traga e te dê muitas amendoas, amor e felicidade com os teus.
Abraços.

Miki disse...

Páscoa feliz, e se puderes passa pelo meu cantinho,porque tenho lá uma petição a favor do Tibete.
Obrigada e beijo

carlos filipe disse...

Viva a Páscoa, viva a vida,
Viva a paz e a bonança,
Viva a luz enriquecida
Pelo amor e pela esperança.

Viva a união de todos
Os que procuram construção,
Vivam pois todos aqueles
Que vêem no outro um irmão.

Viva quem procura o bem
E tem no peito humildade,
Viva quem quer a verdade
E dar pão a quem não tem.

Viva quem, com o seu suor,
Trabalha e constrói o mundo.
Viva o saber profundo
E a ausência de rancor.

Viva quem vive por amor

Zé do Cão disse...

Um bj para miki
e um abraço para boris

Com votos de boa pascoa para ambos

Fátima disse...

Amigo,
Páscoa feliz!
Voltarei com mais calma para ler-te!

:-) beijos com amizade

luafeiticeira disse...

Pois, o orgulho ferido dói mais que os tabefes, bem me lembro dos ralhetes da minha mãe que me faziam sempre pensar que seria melhor bater-me.
Boa Páscoa e um beijo da Alice no País das Pascoavilhas.

Zé do Cão disse...

Fátima
Santa Pascoa....

Bj.

Zé do Cão disse...

Luafeiticeira

A maltinha tem a mania que sabe tudo
e depois para resolver problemas até pete o pé na argola com o almoço do pai e do irmão.

Se calhar naquela altura se levasse com o cinto era capaz de julgar que foi injusto.

Assim, senti muito mais.

Bj. boa amiga e uma Pascoa o melhor possivel.

Darshany L. disse...

Meu aniversário é dia 04 de Abril.
Feliz Páscoa, beijos.

Paula Carolinny disse...

amore, eu fico toda boba quando vc vai no meu orkut e conta os dias do meu niver... tenho que te confessar que eu amo quando as pessoas lembram dessa data que eu tanto gosto, acho que todos gostam.

um doce beijo

Rui Caetano disse...

Uma história muito interessante. Gostei.

fotógrafa disse...

Zé do Cão, obrigada pela visita ao meu cantinho,espero que tenhas passado uns dias divertidos,nestes dias(mesmo poucos) de férias...
eu diverti-me,
abraço

Zé do Cão disse...

Rui caetano, madeirense, faço tudo agradar aos que me leem, mas até agora só tenho contados factos reais
que vivi ou que tenha conhecimento extremamente directo.
E por aquilo que já vivi, estou convicto que dentro de 2 anos ainda não estarão esgotados.
Um abraço

Zé do Cão disse...

fotógrafa, gosto das tuas noticias e já tenho dado por mim a chamar a minha cara metade, para vir rir à contas das anedotas que apresentas no teu blog.
Um bj, um abraço, olha as duas coisas.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé do Cão
Aqui venho deixar-te um abraço e desejar que este ciclo pós-Páscoa seja tudo o que de bom ambicionas.

Templo do Giraldo disse...

Passei aqui para te dizer que o templo está de regresso. Passada que está esta época festiva. Estamos de volta.
Quando quiseres passa por lá. Da minha parte ja fiz o meu "dever".

Um abraço.

Zé do Cão disse...

Templo, que tal estava o Algarve? Frio a dar com pau?
um abraço

fotógrafa disse...

Zé do Cão, obrigada pela visita ao meu cantinho de algumas fotografias escritas...e menos fotografadas...rsrsrs
gostei da apreciação que fizeste sobre o meu post...na verdade, o que nos interessa mesmo é o quwe pelo nosso país se vai passando,porque já foi considerado de brandos...costunes...
hoje é considerado de país anti- educado...pois se houvesse um pouco de educação, as coisas que andam a acontecer já há bastante tempo nas nossas escolas,seria inimaginável...
abraço

Ludmila Prado disse...

muitas muitas felicidades

legal a hitória

Alice Matos disse...

Z�...
Obrigada pela tua visita ao meu espa�o... volta sempre...
Estou apenas de passagem mas vou voltar para dar a aten�o que o teu canto merece, pelo pouco que ainda vi...

Um beijo...

Templo do Giraldo disse...

Pois é companheiro as coisas acabaram por não acontecer como eu tinha em mente. Tava um frio intenso mas de resto tudo bem. EU ja tenho o teu mail meu caro amigo, ja te adicionei a minha lista de contactos. Dentro em breve irei mandar-te um mail. Já que não tens msn é a unica maneira de podermos falar.

E que tal??

Um abraço.

SILÊNCIO CULPADO disse...

Zé do Cão

Um abraço e esta quadra do António Aleixo

Quem canta por conta sua
quer ser, com muita razão,
antes pardal, cá na rua,
que rouxinol na prisão.

Olá!! disse...

Zé, passei para deixar um beijo dos maiores...
A mesa de Páscoa foi enfeitada a preceito e não me esqueci de lá colocar o Moscatel Roxo...

Zé do Cão disse...

Silencio. Nesta Pascoa, fiz mesmo silencio, não saí de casa. Acendi a lareira e por aqui fiquei.

Bj.

Zé do Cão disse...

Ludmila e Alice.
Gosto de asa ver por aqui e também fico contente se gostarem dos meus contos (da vida Real).
Templo: - Não me digas que estava frio no Algarve. Não posso acreditar.
Nevava? Vinha vento dos glaciares?

Ora, ora, o Algarve é sempre o Algarve.
Não deste por nehnum "camone" de mandas curtas?
Um abraço

Zé do Cão disse...

Gosto de te ver com a faca em riste.
Já o demonstrei. Na minha casa o Roxo é tiro e queda. Botella aberta, botella fazia.

Um beijão

Templo do Giraldo disse...

Se nevava?? txii... carradas de neve:)

Camones andam sepre em t-shirt, devem ser loucos:) Tao a tua casa no all garve é adonde??:)

Aquele abraço.

Zé do Cão disse...

a 7 Km da Espanha. Sabes, é que salto para o outro lado, comprar a comidinha, a gasosa. Mas agora, já está tudo muito mais caro. De à 20 dias para cá, foi um galopar de subidas tremendo.
A continuar assim, deixa de valer a pena ir de compras.

Nathália E. disse...

Entendo sua ação de não querer mais se mostrar uma criança, mas podias ter mostrado isto com algo que não fosse comida. Hahaha.

Tabefes merecidos e ação perdoada. Muito bom.

Beijo!

Zé do Cão disse...

nathália, concordo em absoluto, mas a desgraça nunca vem só. Era o que estava à mão.
Um beijo

Paula Carolinny disse...

ahhhhhhhh adoro tuas visitas no meu blog, passa amanha no meu blog vai ter beijo para todos os meus amores amigos.

te adoro.

ah e o vinho? brinda dai que eu brindo daqui.

Paula Carolinny disse...

nao sei exatamente o horario, mas amanha o dia todo é comemoração pelo menos para mim :D

tens msn? me add pcarolinny@hotmail.com

doce beijo e bom vinho.

Templo do Giraldo disse...

Ora se não estou em erro a 7km de ayamonte fica a vila de castro marim. Acertei??:p Se não acertei devo andar la muito perto. Pois é meu caro em nos os portugas vamos até la atestar o deposito do carrito, compensa muito mais e para além do mais aquela provincia é muito bonita.

Um abraço.

Ludmila Prado disse...

+ meu niver é hoje 27/03

bigaduuu mesmo

beijo

Zé do Cão disse...

Templo, conheces Altura, pois é por essa Altura e em qualquer Altura vou até lá. Pelo menos a praia é extensa. Começa à volta de Cabanas e acaba em Vila Real S. Antonio.
Um abraço

Zé do Cão disse...

ludmila prado, muitos bj e parabens

Olá!! disse...

Comentário 101, adoro capicuas.
Passei bons momentos em ALtura, que saudades daquela praia, de apanhar conquilhas e grandes alergias a alforrecas... hehe
Beijosssssssssss Zé

Zé do Cão disse...

Lá tenho que ir aos an os.
Também gosto de apanhar conquilhas e que gostosas são.

Olá, que historia te conto.

Bj.

Mãe Galinha disse...

Olha, gostei muito do teu blog.
Parabéns. :-)

fotógrafa disse...

Bom...passei e deixo um abraço...esperando mais bloguices...

Zé do Cão disse...

Mãe Galinha. Segundo depreendo és quem conheço virtual é certo. Sei que gostas do meu blog e eu adoro ler-te
e adora a tua presença.
Sobre a mãe galinha, não és a única.
A minha cara metade também o é e são dois rapazes, homens 25/27,ambos com formação académica. E digo-te que quando alguma coisa não corre bem o sofrimento é muito maior. E de que maneira, mas a ponto de meteres a cara num balde..
De qualquer das maneira gosto muito de ti. Hoje, terás "Pato com Estuque"
Bj.

Zé do Cão disse...

Fotografa, hoje terás o desejo realizado.
Os contos de alguns bloguistas, especialmente femininos são de encantar.
A Olá, Silencio Culpado, Fotografa,
Lua Feiticeira, Lisa's (andou arredada) e mais alguns fazem as minhas delicias.

Bj.