13.11.07

A minha parvoíce

Hoje levantei-me mais cedo porque tinha de cumprir um compromisso com o meu irmão e deslocar-me a Braga com ele. De um tiro matava alguns coelhos (visitava os meus dois filhos, a residirem naquela cidade), comprava umas castanhas oriundas de Carrazeda de Ansiães e acamaradava-mos, coisa rara entre nós.
No percurso para o ponto de encontro e numa das paragens de semáforo, meteram-me no banco do carro o jornal “Global”, que se publica todos os dias úteis e é distribuído gratuitamente.
Quando cheguei, já tarde, o irmão já tinha partido com o filho e só entrei em contacto como ele através do telemóvel, já a circularem em plena Ponte Vasco da Gama.
Tudo bem. Parece afinal que houve engano ou confusão entre nós na marcação da hora, coisa que não será estranha, já que ambos temos uma idade de criar bicho.
Voltei de rabinho alçado para casa e à falta do melhor entretive-me a ler o referido jornal.
Na primeira página, em letras garrafais, tomava-se conhecimento de que havia nova polémica sobre o aeroporto, envolvendo o Ministro das Obras Públicas. É que aquele insiste que ele deve ser construído na Ota e a Confederação da Industria Portuguesa em Alcochete (em pleno deserto).Para mim e para a maioria dos portugueses, tanto se nos dá que o façam na Ota, em Alcochete ou na cabeça de um careca. Se fizerem na cabeça de um careca, será um aeroporto móvel e portanto dessa maneira é capaz de contentar todas as autarquias que tanto lutam para que se faça no seu concelho. O único problema que é capaz de existir é não haver uma cabeça grande e careca ali à mão, e portanto a escolha torna-se complicada. Haverá por isso mais uns estudos entregues à LNEC e à Confederação e o Ministro mais interessado naquela construção passará a usar chapéu, não vá uma ou as duas entidades que elaboram o estudo lembrar-se dele.
Admiro no entanto a coerência e a perseverança com que o Senhor Ministro das Obras Publicas luta por uma causa em que acredita e põe todo o seu empenho, demonstrando ser homem de palavra e de antes quebrar do que torcer.
Personalidade tão forte, Eng., inscrito na Ordem (segundo afirmou) com conhecimentos profundos a ponto de ser Ministro – de outra maneira, não chegaria lá(?) -, simpatizante e admirador convicto de Espanha e da união Espanha-Portugal, cujo nome passaria a ser Ibéria, não pensou ainda ir oferecer-se a Madrid ao Zapateiro para fazer parte dos quadros de qualquer coisa naquele País, dado até haver conotação na ideologia.
Outra noticia que me chamou a atenção foi aquela do Rastreio colectivo ao cancro da próstata no Parlamento. Acho despropositado o exame nesta altura, já que o S. Martinho ainda só foi há 2 dias e portanto os parlamentares dos mais variados partidos, todos com as calças em baixo em posição de decúbito ventral, a serem enrabados pelos médicos, alguns com unhas grandes e negras da merda do ânus anterior, sujeitos portanto a apanharem alguma doença venérea, a peidar-se uns contra os outros, deveria ser um espectáculo inolvidável e digno de ser apresentado no Pavilhão do Parque das Nações.Quando agora disse que se encontravam na posição de decúbito ventral, ainda me lembrei de evocar (com os tomates à mostra), mas isso seria desvirtuar a realidade, dado me parecer que os parlamentares não os têm nem nunca os tiveram.
E para finalizar, o mesmo jornal, na sua página 6, publica uma fotografia do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, de braços cruzados a apreciar 2 trabalhadores municipais a limpar uma passadeira numa rua, afirmando que “esta zona tem de ficar um brinquinho” e que de imediato vão ser pintadas 5 (“cinco”) novas passadeiras.
Portanto, senhores lisboetas, já podem dormir descansados que nessa ocasião (salvo raras excepções) não serão atropelados. É na realidade uma notícia de grande efeito e interesse à nossa sociedade.
Já me passava… Também informa o “Global” que o senhor presidente da Câmara de Viseu e Presidente da Associação Municípios, foi interceptado pela PSP e informado por uns jornalistas que circulava em excesso de velocidade, não lhe tendo sido aplicada a respectiva multa, sendo mandado em paz.
Quando é que eu chego a Presidente de qualquer merda?

10 comentários:

Capitão Merda disse...

Zé, se queres ser presidente de alguma coisa fala com o Major...

Zé do Cão disse...

Valentim ? Só se o gajo me desse um electrodoméstico, como fez em Gondomar.

Capitão Merda disse...

Sim, esse.
Electrodoméstico?!
Se te der um tacho já não é mau...

Zé do Cão disse...

Já tinha coisa, para fazer uma açorda.
Açorda,eu disse açorda,não querias mais nada ao preço que o pão está.Fazes um tacho com lambujinhas e é um pâo. Capitão julgo que não sabes o que é.
é um bivalve, que se cria na lama, nos estuário do Tejo, Sado e Arado, pelo menos, de cor cinzenta que no tempo da guerra encheu a barriga de famílias inteiras. E estamos a voltar á mesma.

Sinceramente gosto, has-de provar.
Já tenho os mexilhões...entendes...

Capitão Merda disse...

Já marchava qualquer coisa, Zé...
Nem me fales em mexilhões! Há séculos que não lhes ponho as unhas.

Zé do Cão disse...

está nas tuas unhas. E não digo mais.

caditonuno disse...

bem que já mandavam outros pra presidentes, que sao sempre os mesmos a governar.

o sr. ministro quer a ibéria? que venha cá acasa que eu dou-lha bem dada que ele nao pensa mais nisso! parte logo pra espanha e nao põe mais cá os pés!

Zé do Cão disse...

Caditonuno, bem-vindo. Já tinha saudades. Agora percebes porque conhecia a rua do Chãos.
Um abraço,

Anónimo disse...

Oh amigo Zé: parece que foi de propósito mas não foi. Acabei de postar qualquer coisa sobre esse javardo (eheheh). Não é que o homem até tem cabeça de porco?
E cá para mim, até dava ao meu amigo a presidência desta espelunca à beira mar plantada. Tenho a certeza que ficava mais bem entregue do que a esta corja de gatunos.
Abraço.

Zé do Cão disse...

Hoje 3/4/09.

Que saudades tenho de ti, Zé do Beco...

Abraços