
Encontro-me bem disposto, sorridente e com vontade de viver da forma e maneira que sempre me conheceram. Fui com a minha "Dona" fazer uns dias descanso à praia, apanhamos chuva, frio, calor, estivemos no campo e subimos ao vulcão. sem pensar nesta crise financeira sem precedentes na nossa memória.
Quando será estagnada? Sinceramente ninguém sabe, aliás não sabemos, mas uma coisa é certa, já não é na minha curta existência de vida, que vejo o povo, com o semblante menos carregado com a "canga" que nos arranjaram e que tanto peso nos causa. Temos fama de ser um povo taciturno , fácil de manejar pela classe politica (?) e resignado à nossa sorte. Segundo a minha óptica é aqui que se encontra o grão de areia da nossa desgraça.
Esperamos pois, que os nossos vindouros, encontrem um futuro cor de rosa, onde as estrelas do céu sejam brilhantes para todos, que os rios corram novamente com as águas cristalinas, e que os pássaros cantem aos quatro ventos as suas melodias cheias de liberdade.
Contrariando as leis dos negócios, apareceram umas companhias de aviação a praticarem preços nas suas viagens que causam espanto. Tenho ouvido dizer que são companhias fantasmas, aviões que não recebem manutenção, etc. etc.
Cá o Zé tem um medo tremendo às viagens de avião, e raramente mete os "butes" lá dentro. Até que, a "Dona" fez-me uma lavagem ao cérebro e com os pés pesados como chumbo, entreguei a alma ao criador e fosse o que Deus quisesse. Embarcamos no aeroporto Sá Carneiro na Cidade de Porto como se fosse para o cadafalso e a viagem que supostamente era feita num avião enorme, em regímem de voo "charter", foi feita num avião pequeno de dois motores com destino a Madrid, havendo aí uma ligação para Tenerife, onde estariamos de "vacances".
Quando em plena pista, o autocarro parou junto ao pequeno monstro mascarrado, os meus pés sentiram dificuldade em subir o escadote "caseiro" de alumínio para dar entrada no seu interior.
Hesitei, e não fosse um pequeno empurrão nas costas dado pelo passageiro que me seguia, juro que desmaiava. Lá dentro, os seis passageiros ocupavam os lugares que quisessem. Por mim, ficava contente com um para-quedas ajustado nas costas e junto à porta de saída. Foi essa a única maneira que me ocorreu na hipótese de a coisa correr para o torto e cheguei mesmo a pensar e para merecer as suas boas graças, que o diabo não era tão mau como o pintam. Naquela manhã, o vento soprava forte e uma chuva de molha tolos encharcava os ossos dos portuenses.
Seria o Demo a preparar-se para tomar conta da alma daqueles "tontinhos" e desta em particular, a quem a padrinho dera o nome de Zé.
Afinal foram uma férias cheias de coisas boas e que uma subida ao "Teide" retemperou o espírito, desejando nessa altura que o regresso se fizesse na mesma "caranguejola", cuja tripulação era totalmente feminina.
A minha hora não tinha chegado e portanto cá estou a contar estas memórias...