
Uma valente gripe, deitou-me abaixo. Há tantos anos que leio e oiço dizer que todos e especialmente os mais idosos devem apanhar a vacina contra ela. Como não me considero idoso, por vaidade ou "casmorrice", ou julgando-me a coberto de um Deus protector, achava que ela a "malvada" não me atacava. Cheguei ao ponto de troçar dela, dentro da minha própria casa, dado um dos meus filhos ter caído vários dias de cama e a minha cara metade, mesmo vacinada estar bastante mal com o seu ataque. Assim, tanto sorri, tanto a achincalhei, que a "fulana" num acesso de raiva, apanhando-me distraído, entrou-me garganta abaixo com toda a sua fúria, e, confesso, venceu-me logo ao primeiro "rond". No futuro, sempre que veja aproximar-se o fim de Setembro, nem precisarei que alguém me lembre da existência da ampola que foi criada para dominar esta "maldita".
Não é que me faltem as histórias, as aventuras, acasos, coisas engraçadas e curiosas que fazem as alegrias da minha vida, mas esta estava longe do meu pensamento e por achar um encanto este "negócio", venho partilhar convosco com a certeza que também nem sequer ouviram falar dele.
Começa a aventura em "O Grove", aquela terra de mariscadores gallegos, mãe da ilha de "A Toxa", onde na sua Capela das Conchinhas" casou Mariano Rajoy, futuro Presidente dos Ministros de Espanha, segundo os resultados eleitorais do passado Domingo.
Pelas 2 horas da tarde, batem-me à porta no meu burgo de Azeitão. Sozinho em casa, recolhido, encolhido e tiritando, salto da cama, aconcheguei a roupa ao corpo e pela janela, vejo um carro distribuidor de encomendas, com motorista a retirar uma caixa de cartão para me entregar. Coisa raro, não esperava ninguém, nem tão pouco esperava qualquer objecto. Mas era mesmo o meu nome que constava na etiqueta e era originária de Espanha. Assinei não tinha nada para pagar e fiquei intrigado. Era remetida por "Despensa do Palácio" - Estepa. Tenho a certeza que Estepa, não lhes diz absolutamente nada, pois fica entre Sevilha e Málaga, antes de chegar a Antequera, início daquela grande descida que nos leva à águas quentes do Mar Mediterrâneo em plena Costa do Sol. Portanto, uma pequena povoação à beira de estrada, que atravessávamos obrigatoriamente quando nos deslocávamos para aquelas bandas. Entretanto, foi feita a Autovia e a povoação está esquecida no coração da Andaluzia imensa.
Abro a caixa de cartão e num embrulho de papel lindíssimo e de qualidade suprema encontro uma outra caixa de folha, linda como os amores, com imagens de encantar e um cartão a indicar que o meu Amigo Besada e sua esposa, de "O Grove", faziam-nos uma oferta para a próxima "Navidad".
Telefonei-lhe, agradeci-lhe e depois na Net fiz uma pesquisa de curioso, sobre o porquê da "Despensa do Palácio". E o que encontrei, deixou-me espantado, pela beleza, pelo encanto e pela imaginação como trabalha aquela organização familiar.
Pesquisem, apreciem, vejam tudo ao pormenor e digam-me o que acharam. Fiquei em pulgas, para quando for para aqueles lados, ir visitar o museu. É que é tudo tão espectacular, que quem quiser ser cliente, inscreve-se agora para ser servido no próximo ano. "Despensa do Palácio", enquanto fazem a pesquisa eu deliciar-me-ei com o seu conteúdo.
Até ao próximo sábado, no D. Isilda.