Era lindo a apêndice pendurado no pescoço do A. Jorge. Um vermelho extremamente suave e com desenhos de encantar. Que chique e que bem vestido se encontrava o A. Jorge.
Mas afinal quem é o A. Jorge, perguntarão os meus amigos. A. Jorge era meu sócio, natural de Vila Franca de Xira, gostava de toiros e touradas, e orgulhoso achava que Vila Franca era a Sevilha portuguesa. Trabalhávamos no mesmo gabinete e cada um de nós dirigia um sector diferente para não haver atropelos.
Entre os naturais de Santarém e Vila Franca existe rivalidade. Às escondidas uma comissão de que fazia parte o A. Jorge resolveu erigir um monumento ao Campino, contrataram escultor e mais tarde com o intuito de prestar a homenagem merecida aos homens do Ribatejo resolveram convidar o Senhor Presidente de Republica, General Ramalho Eanes.
Sua Excelência marca audiência para as 15 horas daquele dia e era a razão do homem vestir fato e gravata nova, visto ter sido o indigitado para proceder àquele acto.
O A. Jorge tinha uma barriguinha a puxar para o grandinho, coisa que ninguém ligava, dado saberem que era um "bom garfo". Almoçávamos os dois todos os dias e o nosso restaurante situava-se em Alcântara mesmo junto à entrada da Ponte sobre o Tejo.
Ambos adorávamos Garoupa com batatas e hortaliça, regada com bom azeite, e a sua preferência era pela cabeça. Naquele o dia, foi um festim. O homem não resistiu, comeu bem, bebeu melhor e...desgraça, na gravata caíram-lhe dois pingos enormes de azeite. Que azar!.. e agora o que faço, desabafa o A. Jorge preocupado. Tranquilizei-o. Não te preocupes, tenho lá no escritório um produto milagroso, que te limpará a gravata num instante...
O repasto continuou e as glândulas gustativas colaboraram na nossa felicidade.
Quando chegamos ao escritório, fui buscar a bisnaga com o tal produto para limpar as nódoas (pelo menos era o que lá dizia). Besuntei bem a gravata seguindo as instruções e em seguida mandei-o lavar com água corrente. Que feliz estava o A. Jorge. Essa felicidade foi de pouco duração, a gravata estava irremediavelmente perdida para todo o sempre. A tinta tinha desaparecido como por encanto e o pano nem era de boa qualidade para dar lustro aos sapatos. E o que não tinha passado de uns ditos brejeiros, passaram a ser uns palavrões em desespero pela falta de apresentação à audiência com o General.
Perdido de riso, alvitrei que estávamos em época de luta pela democracia e portanto que fosse de "gargalo aberto" e fizesse o papel de um democrata oportunista.
Lá fez o seu papel, cumpriu a sua missão, O Senhor Presidente inaugurou o monumento, mas ele nunca mais se esqueceu da bisnaga milagrosa que eu tinha para tirar nódoas.
55 comentários:
Oh Zé!!!!!!!
Quando queres és uma NÓDOA! O problema é que queres muitas vezes.
Qualquer "gajo" que esteja perto de ti tem de estar sempre "à tabela". E ainda por cima a gravata era vermelha. Essa deve ter sido a razão da tua vingança.
Tá bem, eu perdoo-te, por mim, pelo A.Jorge e pelo Benfica.
Almoçamos um dia destes e a cabeça de garoupa não é nada má ideia.
Abraço Zé
Zédocachorramigo
Pois é, andar de gravata é perigosíssimérrimo. Andar sem gravata pode originar amigdalites, afonias & correlativos. É um verdadeiro trilema, porque ainda há a hipótese de trazer papillon.
Cá por mim, só volto a usar gravata no meu velório. E à força.
Abs
KIm
Como ando numa roda viva, daqui para ali e dali para aqui, temos de marcar com antecedência.
Talvez, para daqui a um mês. Pode ser?
Quanto à gravata, deu aso a que o engatasse noutra mais complicada...
Não sei se contarei.
abraço
Henrique
o A. Jorge, compadre do Dr. Lilaia secretário do General, não queria deixar de se apresentar "à maneira".
Mas quando eu vi a gravata toda borrada, dei uma valente gargalhada.
Claro que ele pensou que eu tinha feito a propósito.
abraço
Bisnaga potente esta, heim?
Mas que deve ter sido engraçado, isto deve!...:))
Tem-se que ter muito cuidado com as gravatas, pois elas não gostam de ser limpas...
Sujou? É melhor que as ponha logo para engraxar sapatos!...rs
Quando cai uma nódoa... é sempre complicado...principalmente antes dos grandes momentos...teve sorte o teu amigo...Quando assim é, mais vale colocar a gravata no evento, para não haver surpresas desagradáveis!
Olha Zè do Cão, tenho um desafio para ti:
Se tens uma história engraçada, curiosidades interessantes, vivências únicas, lendas (…) relacionadas com uma serra, partilha connosco na aldeia, enviando um texto ou fotografias (máx. 2) para aminhaldeia@sapo.pt.
Se preferires, podes comentar e responder aos nossos desafios de 10 a 30 de Setembro .
Os três primeiros mais pontuados no dia 30 de Setembro ganha o livro"Aldeias Históricas de Portugal-Guia Turístico", da minha autoria, no valor de 17 €.
Conto com a tua participação!
Bjs Susana
Olá, amigo!
Como disse, virei sua fã...
Passei para ver o que você está aprontando... nem a gravata escapou...
rsrsrs...
Boa semana!
Beijinhos.
Brasil
Zézinho, meu querido, não fizeste de propósito, pois não ? rrss rrss
Mas que mania essa das gravats...ainda se fosse verde, não é? rrrss
Um enorme abraço para vós.
Cida
Bom conselho, sim senhor.
Tenho um montão delas, de várias cores e desenhos.
É coisa que não uso vai para muito tempo.
Jinhos
Susana
Obrigadinho, pelo convite. Veremos, veremos.
Quanto ao livro, sei que a FNAC vende, vou passar por lá.
Recomendação da tua particular amiga e conterrânea Pascoalita.
jinhos
Magia
uma beijoca e esperando sempre a visita dos amigos.
São
de propósito não foi, mas que me fartei de rir, confesso que sim.
Que ele afinou também foi verdade.
jinhos
Oi Zé,
Meu querido amigo!
Que saudade deste bloguito...
É que a vida anda corrida, e eu nem tenho tempo de viver, mas é assim mesmo.
Que sorte tem o A. Jorge, de ter um sócio-amigo como você!
e como eu sempre gosto de dizer:
beijocas,
Flor
Meu querido amigo Zé
Tens um dedinho que adivinha... só erraste num pequenino ponto; não é "do mar" mas DEL mar. E esta, hein???
Obrigada pelas boas-vindas.
Pois esta história da gravata cheira-me a esturro...
Tu dizes que não foi de propósito, mas foste muito pressuroso no empréstimo da bisnaga. Juras que nem sequer desconfiavas do desfecho??? :)))
Concedo-te o benefício da dúvida!
O que valeu foi que o Gen.Ramalho Eanes, que conheço muito bem, apesar do seu ar austero não é de ligar muito a essas formalidades da gravata (em civis...)
Meu amigo, desejo-te uma semana muito feliz.
Ah! E como não estava cá quando o teu blog fez anos... dou-te(lhe) agora um grande abraço de parabéns, com votos de que vás somando por aí fora.
Beijoquinhas
Flor
Sorte não. Azar, Azar.
Doutra vez fiz-lhe uma partida que ainda hoje não sabe que fui eu.
jinhos
Mariazita
A vida é bela, nós é que damos cabo dela.
Ainda existe por lá muitas alforrecas? Aquilo é mesmo bom, para férias. água tão quente como do esquentador.
Sobre o A. Jorge, eu tinha uma fé que não ia dar certo. Acertei mesmo na muge.
Era impossível evitar o riso ao ver a gravata toda borrada..
Jinhos
Zezito, ainda não te tinha dito que não é bonito brincar com as gravatas alheias?!?
OK, já percebi que foi um azarito, mas sempre podias ter dito o nome do produto milagroso(???), para nos safarmos de cair nessa esparrela... :)))
Beijocas!
Teté
minha querida amiga, trata-se de um gel vermelho que também serve para lavar as mãos, quando sujas de óleo.
Prometo que se me lembrar do nome, digo-te.
jinhos
ahahahahah tens sempre uma escondia na manga! Co o Zé do cnaito temos de estar sempre à tabela, senão acabamols "engravatados" ihihihih
A esta cena gostava eu de ter assistido oh se gostava ihihihih
O meu avozinho, que também gostava de abancar com os amigos, usava um produto chamado chamado TIDE que certamente conheces e nunca o deixou ficar mal. Mas tu, malandreco como eras, ias lá dar-te por contente se a limpeza corresse bem ... ihihiih
dentadinhas
Zé,"conheço-o" do Blog da Laurinha e vai daí, como me parece um cachorro(salvo-seja)que não morde,fui entrando, à cautela...
Fartei-me de rir com a cena da gravata!Cá p'ra mim foi uma vingançazinha dos touros(pela surra), que não gostam de ser usados para diversão...
E Também o A.Jorge bem que podia levar uma gravatita azul e branca,ahahahahah...
****Bom, com sócios-amigos assim, quem é que precisa de sócios-inimigos?!Ahahahahah...cá p'ra mim a bisnaga era Karpex que por acaso em vez de tirar nódoas só mancha aínda mais :)))))
Muito boa...
Beijinhos
Cusquinha
começo por dizer-te que tenho saudades de almoçar contigo.
Prometo que vou tentar fazê-lo bem em breve.
O tal gel chama-se "Supergel" e ainda hoje se vende, com resultados mais ou menos iguais.
És uma malandreca
jinhos
Maria Soledade
Minha amiga, deixe que a trate assim.
O A. Jorge, estava tão aflito que eu ainda o consegui atrapalhar mais.
Demo-nos sempre bem, mas naquela altura ele ficou pior do que barata.
E eu a rir.
Oportunamente contarei outra faceta passada com ele, que ainda hoje não sabe a partida que lhe preguei.
Oxalá não leia este blogue.
É cá uma aventura.
Com que então conhece a Laurinha...
Gente boa
jinhos para si
Zé, todos conhecem a verdadeira intenção da expressão "presente de grego". Agora, depois da leitura deste relato, é oportuno criar outra: "limpeza de grego".
Mas, enfim, o que conta mesmo é a intenção. Nesse caso, acredito que a sua foi a melhor possível. Ou não foi? :)
Um abraço!
Oliver
Se me conhecesses bem é provável que a pergunta não fosse essa.
Claro que a intenção foi das melhores, todavia o "gel" é que estragou a pintura.
um grande abraço
Olá Amigo Zé;ai leio,leio...logo eu, que me "pelo" toda por peripécias bem reais e tanto quanto possível com uns pozinhos de malvadez,requintada,claro!!!
Obrigada pela sua visita...
*****Conheço a Laurinha sim,muito bem, ao vivinho e a cores...Uma 'quenininha com um grande coração!!Uma amiga de Verdade...
Beijinhos e 'bóra lá mais uma das suas aventuras....
Soledade
Ai se eu contasse todas...
Veremos o que se pode arranjar.
bj
Bisnaga potente hein?! rs
E lá se fora uma gravata... foi está a intenção meu querido? rs
Creio que não, apenas uma falta de sorte com o produto, imagino eu.
Obrigada pelo comentário lá no Sook.
Xoxo
Ai valha-me a Sta Rita! O Super-Gel é quase tão corrrosivo como aquele produto "anti-ferrugem" que acabou retirado do mercado, porque as pessoas não liam o rótulo e não tinham os devidos cuidados ao usá-lo.
O pobre do A. Jorge confiou no AMIGO, claro e olha que teve sorte: SCalhou a ser na gravata, porque se o molho tivesse caído num sítio que eu cá sei .... eheheheh
jinho
Mandy
É preciso esperar para em data oportuna leres o conto "o Encontro" do A. Jorge, para perceberes se foi ou não mal intencionado.
Xoxo
Pascoalita.
Sempre a irreverente...
biquinhos
Ó Zé
essa bisnaga não era um produto tira-nódoas, mas sim uma pomada arranca calos! Bem, a gravata estragou-se com o tira-nódoas, porque era fina e delicada demais. Fosse uma daquelas que hoje se podem comprar nas lojas dos trezentos e ficaria impecável!
Milu.
loja dos tresentos ou daquelas de plástico verde que usavam os empregados da carris e de camionagem.
Aliás, penso que até o funcionalismo publico as usavam, não tenho bem a certeza.
jokitas
Amigo Zé
A história que partilhaste comigo (e com quem ler o teu comentário) seria para rir se não fosse tão trágica.
Deixa-me contar-te esta:
Uma cunhada minha, médica, encontrou uma amiga muito cedo, quando ia a caminho do trabalho. Estranhou vê-la a horas tão matinais e, sobretudo, com um ar todo "desalinhado" - tinha passado a noite à procura do filho que saíra no dia anterior, com todo o dinheiro que havia em casa, para a droga, claro, e ela receava que ele tomasse uma overdose.
E, pobre mãe, confessou: que eu, às vezes, até preferia vê-lo morto!
Imaginas a dor de uma mãe para dizer isto???
Desculpa lá esta tragédia toda mas, quando o assunto é DROGA...
Beijinhos
Mariazita
Nem sei como os pais aguentam tanto.
É sofrer até à morte
Zé, amigo
Infelizmente, as histórias são inúmeras, cada uma mais triste e dramática que a outra.
Dar-lhe a volta é que é difícil...
Bom resto de semana. Beijinhos
Maraxita
Se é minha amiga, se é.
jinhos
Olá Zé do Cão,
Então, não era mais simples ir comprar uma gravata na loja chinesa ? Se calhar não havia nesta altura mas havia as lojas dos 300 escudos...
Não te preocupa com a Laura, está de vacances...
Beijinhos
Verdinha
De passagem para "beber" mas um pouco das tuas palavras e sorrir a cada comentário que os AMIGOS deixam.
jinho grande da Pascoalita
JE VOIS LA VIEN VERT
Tão pouco havia a lojas dos tresentos e até os "chinocas" que vendiam gravatas penduradas num pau pelas ruas já tinham desaparecido.
Além do mais o A. Jorge era lá capaz de usar coisa tão fraca.
Quanto à Laurinha, que tenha uma férias de sonho, e que venha cheia de força
jinhos
Pascoalita
Estes comentários são todos de amigos nossos.
Já agora, só faltam dois meses exactos não é?
jinhos
Meu caro amigo
Essa bisnaga é que era boa para tirar algumas nódoas que andam a emporcalhar a nossa politica .
Abraço
Não sabes que o melhor remédio para tirar uma nódoa de uma gravata é cortar o local da nódoa?????ahahahh
Gostava de ter visto a cena....hihihih
Quando os homens metem mão na roupa só mesmo para a tirar.....tirando isso é melhor ficarem quietinhos.....:):):)
Beijokitas
Eu também acho.
Já não sei à quanto tempo não coloco gravata.
Tenho tantas que quando morrer a minha"Dona" se tiver dificuldades financeiras, monta uma loja de gravatas e fica com as mesmas dificuldades.
Quando é esse almoço?
jokitas
Agradeço de coração a sua visita na curiosa.
Venho carinhosamente retribuir o seu carinho em ter vindo me visitar.
As amizades são conquistadas assim: com muito carinho e zelo. Agradeço com muito carinho a sua presença. Isso sim me deixa muito feliz. é ter a certeza que sempre estamos juntos compartilhando bons momentos.
O que mais me faz feliz é saber que posso contribuir um pouquinho mais para a felicidade daqueles que me rodeias todos os dias, é deixar um carinho e um cheiro bem especial a todos., é poder exalar o perfume das rosas por onde ondo. Muito obrigada por ser esta flor em meu Jardim.
Carinhosamente,
Sandra
Sandra
venha sempre, este canto também é seu.
jokas
Cabeças de garoupa só as de Luanda... aqui são meras amostras mas se levar nabiças e babatinhas das boas, tá aprovado.
Bem se vê que és inimigo do vermelho... coitado do Jorge ehhhhhh, mais valia meter a dita toda na azeiteira... ao menos ficava toda da mesma nódoa..
beijinhos zezito.. laura
Laurinha
Não sou apreciador de cabeça de peixe excepto se o dito for Garoupa.
´´E efectivamente um consolo.
Já tinha saudades tuas...
jinhos
Deduzco, amigo Zé, que o tal A Jorge, non coñecía ben ó meu querido amigo Zé. Pois eu nunca deixaría unha das miñas paxaritas (eu non uso garabatas) a experimentar nun producto "máxico" que me recomende voçé, por moi máxico que este sexa. Sintoo moito pero a experiencia dime que Zé é un dos mellores "limpadores" a nivel mundial........ pero as miñas paxaritas son sagradas e con elas non se experimenta.... Ja ja ja ja ja
Besada
Que fique aqui muito bem esclarecido que "paxarita" não é mais do que o chamado "Lacinho" de colocar ao pescoço em vez da gravata.
Dentro de dias, vai sair nova aventura com o A. Jorge, que te recomendo não percas.
Um abraço muito grande
Pois claro....... ¿que si non?
Esa é sagrada..... a outra muito mais.
besada
Quem a paxarita?
Abraço
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