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Quem tem lareira, sabe quanto custa limpá-la e quanto custa limpar os móveis à sua volta.
O Zé era felizardo, possuía lareira encastrada (a chamada cassete) e tinha um depósito próprio para através do aspirador fazer uma limpeza eficaz, eficiente e sem dificuldades para evitar o pó a que atrás me referi.
Esta cena trágica/cómica passou-se no inverno de 2006, quando vivia numa pequena povoação do Concelho de Palmela. Peço a Deus que os olhos do outro protagonista não leiam estas linhas.
Ainda hoje, noutra casa, mas com o mesmo tipo de lareira, faço a sua limpeza somente uma vez por semana.
Quando o tal deposito está cheio, e isso só acontece ao fim de 3 ou 4 semanas, a cinza, coisa finíssima, é metida num saco de plástico enorme, repetindo a mesma operação por mais 2 ou 3 vezes. Quero dizer que o saco de plástico acaba por ter cinza acumulada de 3 meses, que diga-se já é bem pesado e de quantidade considerável.
Portanto é necessário desfazer-me dela.
Vez a vez a quantidade é pequena e vai para o contentor do lixo doméstico. Agora com um exagero destes já é mais complicado desfazer-nos daquele incómodo.
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Frente à minha casa havia a falta de um prédio, vendo-se por isso na rua do outro lado dois contentores de lixo doméstico que a serviam.
Não obstante a minha rua possuir seis daqueles contentores, achei, por questão de comodidade e a fugir a olhos indiscretos na distância ir despejá-lo, num dos outros que me referi e estavam na rua do outro lado. Com dificuldade fiz o trajecto e quando cheguei ao dito, reuni todas as forças que tinha, levantei o saco e ao tentar deitá-lo lá para dentro, este rompe-se e vaza de uma só vez a cinza de quatro meses.
Fiquei aliviado e prometi a mim mesmo nunca mais deixar atrasar tanto tempo.
O camião que fazia a recolha do lixo passava normalmente por volta das 10 horas da manhã. Nesse dia já tinha passado e portanto a recolha ficaria para o dia seguinte.
Fiz a minha previsão do pó que se levantaria aquando daquela operação e nisso, caros amigos, não falhei. No outro dia e à hora aprazada, quando senti que o momento se aproximava, vim para o jardim fazer de conta que apanhava hortelã ou um raminho de salsa.
O trabalhador/cantoneiro engata o contentor na parte mecânica da camioneta, aquele faz o pino e fica vazio, mas a poeira era tanta, tanta, que o desgraçado ficou completamente coberto daquele pó. O homem protestou, chamou nomes ao diabo e à sua sorte, mas como sabemos a vida continua e o trabalho tinha de prosseguir.
Ao passar pela minha porta e enquanto procedia a outra manobra de esvaziamento, disse-lhe assim:
Meu amigo, você está bem caçado, até as suas sobrancelhas e pestanas têm pó. Como arranjou isso?
Levei de rajada esta enorme quantidade de impropérios. “Estes filhos da puta, cabrões, paneleiros, fascistas, não têm mais nada que fazer do que atirar para os contentores do lixo, as cinzas das suas lareiras”.
Estava perdido de riso e ainda tive coragem para comentar. “Realmente isto não se faz, se fosse comigo nem sei o que faria”…
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Entrem com o pé direito, em 2009 que a coisa está preta…
O Zé era felizardo, possuía lareira encastrada (a chamada cassete) e tinha um depósito próprio para através do aspirador fazer uma limpeza eficaz, eficiente e sem dificuldades para evitar o pó a que atrás me referi.
Esta cena trágica/cómica passou-se no inverno de 2006, quando vivia numa pequena povoação do Concelho de Palmela. Peço a Deus que os olhos do outro protagonista não leiam estas linhas.
Ainda hoje, noutra casa, mas com o mesmo tipo de lareira, faço a sua limpeza somente uma vez por semana.
Quando o tal deposito está cheio, e isso só acontece ao fim de 3 ou 4 semanas, a cinza, coisa finíssima, é metida num saco de plástico enorme, repetindo a mesma operação por mais 2 ou 3 vezes. Quero dizer que o saco de plástico acaba por ter cinza acumulada de 3 meses, que diga-se já é bem pesado e de quantidade considerável.
Portanto é necessário desfazer-me dela.
Vez a vez a quantidade é pequena e vai para o contentor do lixo doméstico. Agora com um exagero destes já é mais complicado desfazer-nos daquele incómodo.
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Frente à minha casa havia a falta de um prédio, vendo-se por isso na rua do outro lado dois contentores de lixo doméstico que a serviam.
Não obstante a minha rua possuir seis daqueles contentores, achei, por questão de comodidade e a fugir a olhos indiscretos na distância ir despejá-lo, num dos outros que me referi e estavam na rua do outro lado. Com dificuldade fiz o trajecto e quando cheguei ao dito, reuni todas as forças que tinha, levantei o saco e ao tentar deitá-lo lá para dentro, este rompe-se e vaza de uma só vez a cinza de quatro meses.
Fiquei aliviado e prometi a mim mesmo nunca mais deixar atrasar tanto tempo.
O camião que fazia a recolha do lixo passava normalmente por volta das 10 horas da manhã. Nesse dia já tinha passado e portanto a recolha ficaria para o dia seguinte.
Fiz a minha previsão do pó que se levantaria aquando daquela operação e nisso, caros amigos, não falhei. No outro dia e à hora aprazada, quando senti que o momento se aproximava, vim para o jardim fazer de conta que apanhava hortelã ou um raminho de salsa.
O trabalhador/cantoneiro engata o contentor na parte mecânica da camioneta, aquele faz o pino e fica vazio, mas a poeira era tanta, tanta, que o desgraçado ficou completamente coberto daquele pó. O homem protestou, chamou nomes ao diabo e à sua sorte, mas como sabemos a vida continua e o trabalho tinha de prosseguir.
Ao passar pela minha porta e enquanto procedia a outra manobra de esvaziamento, disse-lhe assim:
Meu amigo, você está bem caçado, até as suas sobrancelhas e pestanas têm pó. Como arranjou isso?
Levei de rajada esta enorme quantidade de impropérios. “Estes filhos da puta, cabrões, paneleiros, fascistas, não têm mais nada que fazer do que atirar para os contentores do lixo, as cinzas das suas lareiras”.
Estava perdido de riso e ainda tive coragem para comentar. “Realmente isto não se faz, se fosse comigo nem sei o que faria”…
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Entrem com o pé direito, em 2009 que a coisa está preta…