14.4.09

A Loja do Cidadão


Um Instituto qualquer coisa para a Modernização resolveu proibir, na loja do Cidadão, inaugurada na Cidade que se passeia permanentemente no focinhos dos cães, o uso pelas nossas beldades, ali em serviço, de mini-saia, roupa interior preta, usar decotes, saltos altos, perfumes agressivos e não recordo se mais alguma coisa.
O referido Instituto não é dirigido por gente moderna, porque se o fosse nunca se atreveriam a dar tamanho conselho ao pessoal que vai trabalhar naquele lugar.
Numa época em que é tão vulgar aparecerem anúncios nos jornais a oferecer empregos, desde que os atributos sejam uso de mini-saia, decotes de maneira a ver-se o «piercing» no umbigo, usar saltos altos de forma a mostrar uma perna bem formosa e torneada, perfumes das melhores marcas francesas, esta notícia deixou-me preocupado.
A Loja do Cidadão, como o seu nome indica é para uso exclusivo do Cidadão e o tal Instituto impõe-se anunciando estas barbaridades. Está mais do que provado que existem neste País cidadãos de primeira e de segunda. Os de primeira, os privilegiados, dão-se ao luxo de colocar anúncios como atrás descrevo, e os de segunda, só as vêem já com a farda vestida e deprimidos por aquela proibição
Ao ser atendido naquela loja, o Cidadão, o público ainda tem de estar atento e jogar na defensivo, pois o Instituto ainda admite que possa ser atingido com um perfume agressivo.
Vai um simples homem, já tão preocupado com a falta, por exemplo, de um emprego e acaba por ser agredido com um perfume nas trombas que o deixa prostrado sem possibilidade de ser socorrido pelo INEM, pois segundo consta pelo Algarve as ambulâncias também estão pela hora da morte.
Pobre cidadão de Portugal! Tu, que sempre foste um tristonho, sem alegria pela vida, depois de ultimamente desfazerem o que restava deste canto e até a igreja há tantos anos acompanhar a missa com acordes de rock, não podes ter o prazer, o sublime gosto de apreciar aquilo que Deus fez com tanto carinho e amor. Um decote bem rasgado, uma perna linda, a que uns sapatos altos tanto favorece, uma mini-saia que te encha o olho, uma roupa interior mais sedutora e por último um perfume que te livre dos cheiros desagradáveis que fede por tudo quanto é sitio.

Ao cidadão o que é do cidadão.
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